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Metaverso corporativo: a nova aposta da Magic Leap, o mais recente unicórnio da Flórida

Após abandonar o mercado B2C, startup com sede em Plantation capta $ 500 milhões para desenvolver uma tecnologia de realidade aumentada para empresas.

 

O surgimento de uma nova fronteira tecnológica, o metaverso, traz oportunidades a empresas e projetos que acelerem a adesão de usuários (e do mercado) aos ambientes que mesclam o real e o virtual. A Magic Leap, startup fundada em 2014 na cidade de Plantation, se tornou o mais recente unicórnio da cena tech do Sul da Flórida com a aposta em uma nova geração de seu headset (óculos e fone de ouvido) de realidade aumentada (AR), com previsão de lançamento em 2022.

Em outubro passado, a empresa recebeu um aporte de $ 500 milhões, de investidores não divulgados, que será destinado ao desenvolvimento do Magic Leap 2, uma tecnologia focada no treinamento imersivo e virtual para a indústria, empresas de saúde, defesa e setor público. Com o recurso, a startup atingiu um valor de mercado de $ 2 bilhões e entrou no grupo (cada vez menos seleto) de unicórnios da Flórida, como a Reef, Pipe e Kaseya.

O novo produto, ainda em desenvolvimento, já está na lista de tecnologias mais aguardadas do ano. “Ele será menor e mais leve que seu antecessor, terá um processador mais rápido e com melhor duração da bateria, além de uma linguagem mais esbelta e menos steampunk. O campo de visão das telas da lente, onde a imagem digital é misturada com o mundo real, é significativamente mais alto”, antecipou a FastCompany em recente reportagem sobre tendências para 2022. 

Além do upgrade tecnológico, a principal mudança é no foco corporativo (B2B) e não mais nos consumidores finais (B2C) – um modelo que não se consolidou economicamente. Segundo a Magic Leap, o mercado de Realidade Aumentada para empresas deve movimentar $ 36 bilhões até 2024 – especialmente com investimentos em capacitação e treinamento de profissionais por meio de visualização 3D e simulações virtuais.  

Mas a aposta, até pouco tempo atrás, no mercado B2C quase levou a empresa à lona. Em 2020, o CEO e cofundador Rony Abovitz renunciou após o fracasso nas vendas do Magic Leap 1. A startup tinha recebido aportes significativos até então: de acordo com o Crunchbase, foram 11 rodadas desde 2014, somando quase $ 3 bilhões investidos por companhias como Google, Alibaba Group, AT&T, Temasek Holdings e o fundo soberano da Arábia Saudita. 

Em julho de 2020, após abandonar as vendas e demitir cerca de 1.000 funcionários, a executiva Peggy Johnson (ex-Qualcomm e Microsoft) foi anunciada como CEO da Magic Leap com o desafio de traçar uma nova estratégia para a empresa voltar ao mercado. “Este investimento é um passo importante na missão de transformar a forma como trabalhamos”, disse Peggy em comunicado oficial. “Desde que me juntei ao Magic Leap em 2020, meu foco tem sido acelerar a mudança da empresa para o mercado empresarial, fortalecendo nossa base tecnológica e construindo um negócio robusto em setores que vão da saúde e manufatura à defesa e ao setor público”, explicou.

Nestes primeiros anos sob novo comando, a empresa focou em testes com empresas e no desenvolvimento de novas patentes – entre elas, a nova geração do headset, considerado o menor e mais leve destinado ao mercado corporativo. Alguns clientes já estão utilizando o gadget por meio de um programa de acesso antecipado. 

Seria um primeiro passo para a entrada no “metaverso corporativo”? Segundo a CEO, ainda é cedo para analisar as possibilidades desta tecnologia. “Há um aspecto de realidade aumentada e realidade virtual, assim como um aspecto para empresas e os consumidores”, comentou Peggy durante participação do Web Summit 2021, em Lisboa, ao lembrar que o produto ainda nem chegou ao mercado. “Quando conseguirmos colocá-lo nessa forma (com todos estes aspectos), estaremos de volta”.

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