Fundada em 2021, a Doodles se destaca pelas experiências reais em eventos e tem o cantor Pharell Williams como Diretor de Marca. Recentemente, levantou $ 54 milhões na primeira rodada de investimentos.
A cena tech de Miami, que ganhou notoriedade pelo surgimento de inúmeras startups, eventos e iniciativas voltadas aos criptonegócios, volta a chamar atenção de investidores e de colecionadores de tokens não fungíveis (NFTs), o novo hype da economia digital. O burburinho se deve a lançamentos e investimentos recebidos por startups locais nas últimas semanas: a Doodles, fundada em 2021 e que caminha para se tornar o novo unicórnio do Sul da Flórida; e a OneOf, plataforma que conecta músicos, atletas e marcas a seus fãs.
A Doodles tem feito muito barulho em seus primeiros anos de atividade. Em 2021, lançou uma coleção original de NFTs que já vendeu mais de $500,000 e que vão muito além dos GIFs: são conteúdos animados, experiências ao vivo (apresentadas em eventos como o South By Southwest e no NFT Nova York), roupas e jogos, além de seu “Doodlebank”, que financia projetos dos colecionadores.
A empresa, fundada por Jordan Castro, Evan Keast e o renomado artista visual Scott Martin, anunciou na semana passada um aporte de $54 milhões liderado pelo fundo Seven Seven Six e participação da 10T Holdings, Acrew Capital e FTX Ventures – o valor de mercado da empresa, com esta operação, ultrapassa a marca dos $700 milhões.
A Doodles acumula alguns fãs famosos, como o cantor Pharell Williams, que está produzido um álbum de canções inéditas inspiradas na coleção da startup. E não para aí: o autor do hit single Happy é também diretor de marca da empresa. “Vamos construir a partir da comunidade central para fora e levar o Doodles a novas alturas, novos níveis”, afirmou recentemente. Além de Williams, o executivo Julian Holguin, ex-presidente da Billboard, também estará à frente das ações da marca.
Parte do sucesso da Doodles se deve a experiências de impacto em grandes eventos de tecnologia, como o SXSW deste ano, em Austin (Texas). Eles construíram instalações físicas com uma estrutura temática em que os participantes interagiam (após enfrentar longas filas) com essa comunidade virtual na vida real, seja para comprar uma bebida no bar, pintar Doodles nas unhas, ou exibir seus NFTs. “À medida que escalamos – e escalamos rapidamente -, queremos nos estabelecer com uma cultura que desperta alegria e criatividade”, disse Holguin à Forbes.
ONEOF: SUSTENTABILIDADE ATRAI INVESTIDORES
O mercado de venture capital parece não se assustar com a recente desvalorização dos NFTs. Outra startup de Miami criada recentemente, a OneOf, ampliou seu volume de investimentos recebidos com uma rodada de $8 milhões com participação de 13 empresas – entre elas Amex Ventures, Mirabaud Lifestyle Impact and Innovation Fund, Snow Hill Ventures e Sangha Capital. A empresa surgiu no ano passado, estreando com um robusto aporte série A de $63 milhões, dividido entre sete fundos de investimento.
Segundo o CEO Lin Dai, o que diferencia o modelo da OneOf é a pegada sustentável: a mineração de uma NFT na plataforma da empresa consome 2 milhões de vezes menos energia do que outras redes, além de que 80% de suas coleções são produzidas por mulheres e grupos minoritários, disse ao Refresh Miami. A compra dos tokens também é mais simples, podendo ser adquirida por cartões de crédito e débito.
Esta nova geração de startups explorando NFTs ajuda a reforçar o potencial inovador de Miami neste mercado – que já conta com um fundo de venture capital especializado em empresas Web3 (a Protagonist) e outras iniciativas como a OnChain Studios (criadora dos CryptToys) e a TravelX, que explora as criptomoedas para o setor aéreo.
“À medida que o mercado Web3 amadurece e se consolida, vemos grandes oportunidades na criação de novos modelos comerciais, permitindo que criadores – desde as maiores marcas globais até os mais novos artistas independentes – possam desbloquear os potenciais do mundo real desta tecnologia”, afirmou Dai.