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Conheça as fintechs de Miami que desenvolvem as plataformas de pagamento global do futuro

Meet the Miami fintechs that are developing the payment platforms of the future

A Ping (foto), captou $ 15 milhões para expandir sistema digital para freelancers e contratantes no mercado latinoamericano. E a Payall, que desenvolve o mesmo serviço para grandes bancos, recebe aporte de $10 milhões 


Enquanto os movimentos globais entre empresas e profissionais avança como nunca, impulsionada pelo anywhere office e a ascensão dos nômades digitais,  a complexidade nos pagamentos transnacionais segue um complicador a quem busca trabalho ou fornecedores em outros países. Resolver o problema de pequenas empresas ou de freelancers que querem contratar e trabalhar de qualquer lugar do planeta parece ser a nova fronteira de tecnologia para algumas fintechs do Sul da Flórida, uma região que cada vez mais tem atraído negócios de outros países e continentes.

Este foi o mercado no qual apostou a Ping, criada em 2021 por um empreendedor argentino que conhecem bem a dificuldade de fazer e receber pagamentos a partir da América do Sul – especialmente em um país que enfrenta uma dor adicional, a inflação superior a 80% e que corrói diariamente os ganhos em moeda local. Criada inicialmente com foco nos usuários Latam, a plataforma permite que qualquer pessoa ou empresa crie uma conta internacional em dólares e receba transferências bancárias instantaneamente – seja em moeda estrangeira ou mesmo em criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum e Litecoin. 

O CEO é Pablo Orlando, que começou a carreira na Bolsa de Valores e já criou e vendeu outras duas startups – uma plataforma de e-commerce e uma fintech. Os outros sócios e cofundadores, os irmãos Mary Saracco e Jack Saracco, unem as expertises financeiras tradicionais e digitais: Mary atuou no Banco Mundial e na divisão de M&A (fusões e aquisições) do UBS Investment Bank, enquanto Jack tem formação como engenheiro cripto-nativo.

No início de novembro, a Ping recebeu um cheque de $15 milhões para investir e expandir a plataforma, com recursos dos fundos Y-Combinator, Race Capital, BlockTower, Danhua Capital, Signum Capital e Goat Capital. A aposta é que tecnologia eficiente, segura e econômica seja a solução para um continente em que 70% da população não tem conta em bancos convencionais. 

Como lembra Orlando, o app é voltado tanto para freelancers quanto para plataformas de gig economy. “Estabelecemos uma plataforma que finalmente ajuda a democratizar o acesso a empregos mais bem pagos como resultado do trabalho remoto”, comenta o CEO. Os usuários pagam uma taxa mensal pelo uso da plataforma, que já funciona em 16 países, e deve ganhar novas funcionalidades a partir de março de 2023, como antecipou a cofundadora Mary Saracco em entrevista à Tech Crunch. Os recursos do aporte serão investidos em desenvolvimento de produtos e contratações, especialmente nas áreas de marketing e vendas.

TECNOLOGIA TRANSNACIONAL PARA BANCOS 

Outra fintech de Miami que vem ganhando mercado neste segmento é a Payall que, diferente da Ping, criou um software de alta especialização para bancos tradicionais fazerem os pagamentos transnacionais. Assim, a ponta “formal” do setor financeiro também passa a oferecer essa modalidade aos clientes.

Gary Palmer, CEO da Payall


“É quase impossível hoje, para um banco, ter um cliente que está pagando milhares de pessoas ao redor do mundo e fazer essas operações. Nossa missão é realmente proteger a segurança e a solidez dos pagamentos transfronteiriços”, explicou o CEO e fundador
Gary Palmer, em entrevista recente

Ele tem larga experiência no mercado de meios de pagamento – ele criou nos anos 1990 a WildCard Systems, uma das primeiras processadoras independentes de cartões pré-pagos, vendido em 2005 por $250 milhões. Palmer criou a Payall em 2018 após perceber que “não havia nenhuma inovação para pagamentos transfronteiriçoes em mais de 50 anos”.   

A teconologia funciona como uma Interface de Programação de Aplicações (API) integrada aos sistemas bancários, permitindo a automatização do processo. Desde a pandemia, nunca as empresas e os bancos precisaram tanto de um processo mais simples para pagar pessoas que trabalham em outros países. Este contexto ajudou a empresa a captar, em setembro passado, uma rodada seed de $10 milhões liderada pelo fundo Andreessen Horowitz (a16z).  

Ao explicar o interesse do fundo na Payall, o sócio geral da a16z, Anish Acharya, diz que há espaço para cooperação entre fintechs e instituições financeiras tradicionais: “há lugares onde as empresas de internet são melhores e há lugares onde os bancos são criados para ter sucesso. A questão é ajudá-los a oferecer esses serviços, em vez de competir com eles”.

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