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Nowports: unicórnio mexicano inaugura escritório em Miami para ser hub entre EUA e América Latina

Nowports: Mexican unicorn opens office in Miami to create a logistic hub between US and Latin America

Uma das 10 startups mais promissoras de seu país, empresa tecnologia para logística e transporte de cargas entra no ecossistema do Sul da Flórida como primeiro passo para expansão nos EUA. Na foto, o CEO Alfonso de los Rios e o COO Maximiliano Casal.

 

A conexão histórica com a América Latina é um dos principais atrativos para negócios no Sunshine State. E a expansão do ecossistema de tecnologia – de startups a fundos de investimento e serviços especializados – está trazendo cada vez mais empresas inovadoras à região, especialmente na região de Miami.   

A próxima a fincar bandeira em solo norte-americano é a mexicana Nowports, primeira empresa digital da América Latina voltada a serviços de logística e transporte de cargas e considerada uma das 10 startups mais promissoras do seu país. A empresa fundada em 2017 pelos empreendedores Alfonso de los Rios (CEO) e Maximiliano Casal (COO) combina tecnologias financeiras e logísticas por meio de sua plataforma para oferecer soluções personalizadas à cadeia de abastecimentos, como exportação e importação, seguro de cargas e containers, financiamentos flexíveis para operações, além de fretes aéreos, marítimos e terrestres. O usuário também pode rastrear remessas e organizar toda a documentação necessária para os despachos.

A Nowports chega a Miami neste 2023 com pretensões globais: no ano passado, recebeu um aporte significativo do fundo Softbank Latin America, no total de $150 milhões, e se tornou um dos novos “unicórnios” do México, com valor de mercado avaliado em mais de $ 1 bilhão. A expansão dos serviços começou pela América Latina, com a abertura de escritórios em sete países. 

Mas a chegada aos EUA representa um novo momento para a empresa, como destaca o CEO: “acreditamos que a transformação da cadeia de abastecimento nos mercados emergentes pode alimentar seu crescimento econômico. A abertura de nosso escritório em Miami é um passo nessa direção”, disse, em entrevista recente.  Ele acredita que, nos próximos anos, “veremos uma relação comercial mais interligada entre os EUA e a América Latina nos próximos anos. A digitalização das cadeias de abastecimento será um aspecto crucial desta nova era”.

LOGÍSTICA É DESAFIO PARA EMPRESAS GLOBAIS NA ERA PÓS-COVID

O novo escritório, com sede no distrito financeiro de Wynwood, começa com 12 funcionários mas a equipe deve dobrar até meados deste ano. Ao todo, a empresa tem mais de 900 colaboradores e unidades internacionais no Brasil, Chile, Colômbia, Uruguai, Peru e Panamá, além da sede, na cidade de Monterrey (México). 

O mercado logístico e de transportes de cargas ainda está longe de voltar à “normalidade” pré-Covid, o que gerou um grande interesse de fundos de investimentos nos serviços desenvolvidos pela startup. Depois de passar pela aceleradora Y Combinator em 2019, a Nowports já recebeu um total de $242 milhões de gestoras como Monashees, Tiger Global Management, entre outras (como a Softbank, líder do maior e mais recente investimento). Na visão dos fundadores, é fundamental que portos e demais operadores logísticos em todo o continente americano invistam em digitalização, automação de serviços e geolocalização para manterem a competitividade. 

Em Miami, o responsável pelas operações da Nowports será Alan Bebchik, que já atuou como gerente de grandes companhias nos EUA e que foi o responsável pela implantação, no Sul da Florida, do marketplace da Uber Works. Ele compara a startup de logística à plataforma de motoristas em relação à facilidade de contratar o serviço. Quando trabalhava no Google importando produtos da Ásia para a América Latina, Bebchik sofria com a grande quantidade de e-mails enviados – e tempo perdido – somente para acompanhar a movimentação e o status das cargas encomendadas. 

A Nowports, ele avalia, tende a resolver todos esses problemas com uma plataforma de acompanhamento em tempo real e vários outros serviços agregados, como a fintech própria da empresa que ajuda a financiar operações e prover seguros. Em entrevista ao Refresh Miami, ele afirma que a escolha pela cidade foi quase óbvia, porque “Miami é centro da América Latina” e o local ideal para dar suporte à base de clientes, especialmente em função do potencial da infraestrutura local, especialmente a portuária.

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