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Novo destino do dinheiro para tecnologia? Grandes bancos de investimento ampliam presença em Miami

Região (foto), considerado o principal centro financeiro do mercado latino-americano, é beneficiada pela expansão das startups e vê instituições tradicionais, como o JP Morgan e Goldman Sachs, ampliar negócios.

Região destaque nos rankings de desenvolvimento de startups, financiamento de capital de risco e atração de empreendedores, o Sul da Flórida vem aproveitando sua fama de “Wall Street do Sul” para atrair alguns dos mais tradicionais bancos do país – especialmente após a quebra recente do Silicon Valley Bank, que colocou em xeque para muitas empresas e investidores o destino do dinheiro para inovação. 

Com a maior concentração de bancos nacionais e internacionais na Costa Leste ao sul da cidade de Nova York, Miami-Dade é há anos um centro para bancos privados – da Europa, América Latina e Canadá – oferecerem gerenciamento de patrimônio e finanças comerciais, atendendo clientes individuais, familiares e empresariais. Importante lembrar que o próprio SVB abriu escritório na região em 2021, o que mostra a relevância local para os “banqueiros da inovação”.

A região tornou-se um centro comercial para o hemisfério: 1.200 empresas multinacionais estabeleceram a sede de suas operações na América Latina. De acordo com o U.S. Bureau of Economic Analysis, o PIB de Miami/Fort Lauderdale/West Palm Beach cresceu mais de 60% em uma década: a receita que era de $ 254 bilhões em 2021 subiu para $ 417 bilhões em 2021 – números que ainda não refletem a expansão pós-pandemia.  

Há também a importância local como hub logístico e de turismo: 43% dos voos dos EUA para a América do Sul partem do aeroporto de Miami. Como disse Alejandro Portes, da Universidade de Princeton, em matéria publicada na Economist, “é mais fácil se deslocar das capitais da América Latina para Miami do que entre as capitais da América Latina. A região é o ponto de encontro do hemisfério”, diz ele. 

E por que não olhar para o potencial da crescente cena tech?  

Recentemente, o Goldman Sachs anunciou que está dobrando o espaço de escritórios no South Biscayne Boulevard. A expansão física é resultado direto do interesse pelo ambiente de negócio, fortalecido pelo boom das techs locais e vindas de outros cantos da América e do continente latino. Presente na região desde 1988, o banco tem também unidade em West Palm Beach.

Durante a pandemia, a financeira de trading eletrônico Virtu Financial Inc foi uma das empresas de Wall Street que se instalaram em Palm Beach Gardens em busca de um estilo de vida mais agradável aos funcionários. Outro fator que motivou a mudança: com taxa zero de imposto de renda, os salários chegam a ser 11% maiores do que em Nova York, disse à época o CEO Doug Cif.  

EXPANSÃO DIRECIONADA PELOS NEGÓCIOS DIGITAIS

Um dos principais bancos dos EUA, o JPMorgan Chase, já notou há anos o movimentado cenário de startups de Miami – e vê a região como um parceiro confiável para negócios inovadores em todo o país, especialmente após a pandemia da COVID-19 e com o fluxo de profissionais do setor de tecnologia para a cidade. Em evento recente na cidade, o CEO e presidente do J.P. Morgan Chase, Jamie Dimon, elogiou a política “pró-negócios” do Sunshine State e afirmou que o banco está “crescendo a torto e a direito, abrindo filiais e com importantes operações em Orlando e Tampa”, além de Miami. 

A diretora-gerente e chefe de setores especializados do JPMorgan Chase, Melissa Smith, enfatizou o interesse do banco na região: “notamos muito a enorme quantidade de atividade que parece estar acontecendo em Miami”. A expansão se deve ao crescente número de empresas sediadas na área, especialmente na área tech – em 2020, a empresa deslocou o primeiro “banqueiro de startups” para a região e hoje são cerca de 10 profissionais especializados em olhar e captar oportunidades no mercado de empresas digitais. 

Em um esforço para apoiar pequenas empresas e startups fundadas por minorias e mulheres, a JPMorgan Chase & Co. Foundation concedeu um subsídio à Entrepreneur Ready, que vai fornecer 300 vagas (em Miami e também em NY) para um programa de aceleração de empreendedores. Durante um prazo de 6 a 10 meses, a iniciativa oferecerá sem custos, suporte a projetos de negócios da comunidade, além de conexão com o ecossistema e outros empreendedores com ideias semelhantes.

FOTO:  Felipe Simo (Unsplash)

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