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Qual o perfil dos empreendedores e CEOs que migraram para Miami?

Pesquisa da Endeavor com 50 executivos detalha as razões que fizeram líderes de negócios se mudarem para o Sul da Flórida – e ajudaram a fazer do estado o que mais cresce nos EUA. /  Foto:  Colin Lloyd (Unsplash)

 

Pela primeira em 65 anos, a Flórida é o estado norte-americano que mais cresceu em volume de população. Entre 2021 e 2022, mais de 318 mil pessoas fizeram as malas rumo ao sul da Costa Leste, um fluxo maior do que qualquer outra região do país – em termos percentuais, representou um aumento de 1,9% da população, próximo ao resultado visto em Idaho (1,8%), Carolina do Sul (1,7%) e Texas (1,6%).

O diferencial do Sunshine State é que a onda migratória trouxe muitas empresas e CEOs, transformando rapidamente o ambiente de negócios na região. Para entender as razões e condições pelas quais estes executivos vieram para o Sul da Flórida, a Endeavor Miami realizou uma pesquisa com cerca de 50 entrevistados e mapearam cerca de 300 empresas que resultou no estudo recém-divulgado Entrepreneurial Migration to South Florida

A proximidade com a América Latina (e a Europa, se compararamos com a Costa Oeste), o clima litorâneo e os impostos mais baixos são, tradicionalmente, os motivos pelos quais a Flórida atrai moradores e empresas. Na pesquisa feita pela Endeavor, as razões por trás desse movimento se devem a quatro circunstâncias:

  • O migrante doméstico: o empreendedor dos EUA que se mudou junto com a empresa; é o perfil que representa a maioria dos casos entrevistados (34%) 
  • O “CEO remoto”: que se mudou, trabalha online, mas que manteve a empresa em sua cidade-sede; esta fatia representa 20% do total de migrantes
  • O founder estrangeiro: empreendedor que chegou à Florida para começar um novo negócio – são 22% dos pesquisados
  • O expansionista internacional: o executivo que escolheu o Sunshine State como endereço para sua empresa entrar no mercado norte-americano (representa 24% dos entrevistados)

Do total de migrantes, a grande maioria (84%) vem de outros países das Américas, e é uma população majoritariamente masculina (80%), com idade média de 34 anos, aponta o estudo. O maior volume de imigrantes vem do vizinho México (8%) e da Argentina (8%), seguido por Venezuela (6%), Chile (5%), Colômbia (5%) e Espanha (4%) – o que fortalece cada vez mais a região como a “capital de negócios” da América Latina.

Em artigo publicado na Forbes em 2022, a CEO e fundadora da empresa de tecnologia e compliance PQE Group, Gilda D’Incerti, citou inúmeras razões para que empreendedores e investidores se mudassem para o Sul da Flórida, que ela chama de “Land of Business”:  crescimento da oferta de trabalho e da massa salarial, grande atratividade para negócios e o incentivo a empreendedores, locais ou que estão chegando. 

“As estatísticas demonstram que o estado tem uma fórmula vencedora para atrair negócios: uma economia com tendência de crescimento, um ecossistema empresarial próspero, excelente qualidade de vida e muito mais”, ressalta Gilda, que se encaixa no perfil dos “expansionistas internacionais” da pesquisa da Endeavor. A PQE é uma empresa global com sede em Florença (Itália) e que abriu unidade na Flórida para começar a explorar o mercado dos EUA. “Era a melhor opção para nós – e encorajo empreendedores a considerar a região caso queria iniciar ou mudar seus negócios”. 

PRÓS E CONTRAS DO SUL DA FLÓRIDA

A pesquisa apresentou também, na visão dos empreendedores recém-chegados, os pontos positivos da região e o que precisa ser desenvolvido. 

Como destaques, o fato de que Miami proporciona acesso a novos mercados e clientes – e tem crescido graças a uma comunidade aberta, que permite conexões entre os empreendedores. A região também está se tornando um centro financeiro – como mostramos em reportagem recente no Experience Club US, grandes bancos e fundos estão fincando bandeira na “Wall Street do sul”. Além disso, há o ambiente regulatório favorável aos empreendedores – com impostos mais baixos que em outros estados.

Porém, ainda há espaço para a região avançar em questões como o custo de vida em alta, que foi considerado um grande obstáculo por quase a metade dos entrevistados. O acesso a investidores-anjo e fundos de seed capital para empresas iniciantes também foi considerado como um desafio para o Sul da Florida. Por fim, o grande gap do mercado de tecnologia global: a demanda por talentos. 

Para os novos moradores de Miami Tech, é preciso melhorar a educação nas escolas e universidades, além de apoiar migrantes e garantir a diversidade (social e econômica) nas empresas locais. A receita está dada para que a região, de fato, se estabeleça como um hub global de inovação e novos negócios.

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