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O futuro das cidades está aqui: lições da Smart City Miami Expo para a sustentabilidade urbana

Um dos destaques do evento, que aconteceu no Miami-Dade College, foi um projeto piloto em Coral Gables que transformou a cidade em referência no uso de tecnologia para os moradores. / Foto: Smart City Americas

 

Na era das mudanças climáticas e da onda ESG, que leva governos e empresas a adotarem políticas robustas de sustentabilidade, o apelo para o desenvolvimento de smart cities – espaços urbanos que integrem tecnologias e serviços digitais aos cidadãos, gerando qualidade de vida e boas práticas ambientais – ganha cada vez mais atenção. 

De acordo com relatório da empresa de consultoria Frost & Sullivan, até 2025 haverão pelo menos 26 cidades inteligentes mundo afora, sendo que 16 delas estarão na América do Norte e Europa. O report mostra também que o valor de mercado das oportunidades das cidades inteligentes será de $2,4 bilhões até 2025 – deste total, $327 milhões são investimentos em tecnologia. 

O sul da Flórida esteve no centro dos debates sobre o urbanismo do futuro e tecnologias para os cidadãos durante a quarta edição do Smart City Expo Miami, que aconteceu entre os dias 18 e 20 de setembro no Wolfson Campus Auditorium, no Miami-Dade College. 

“Miami é o lar de empresas inovadoras com consciência ambiental que trabalham em setores tão diversos quanto mobilidade, tecnologia marinha e infraestrutura construída. Da mesma forma, as autoridades do governo local estão enfrentando as mudanças climáticas de frente”, comenta o arquiteto e urbanista Bernardo Scheinkman,  CEO da Smart City Americas e curador da Smart City Expo Miami. 

O evento trouxe diversos cases globais de smart cities – inclusive em Kiev, que vive tempos de guerra. O vice-diretor de inovação da capital ucraniana, Anatolii Vovniuk, mostrou como o aplicativo da cidade forneceu aos cidadãos uma série de serviços, desde notificações de alerta antecipado de ataques aéreos até iniciativas de democracia eletrônica. Para a Dra. Beatriz Gonzales, presidente do Wolfson Campus, “as cidades inteligentes não acontecem por acidente”, por isso é fundamental que governos, empresas locais e os próprios cidadãos trabalhem em conjunto para desenvolver o futuro de suas regiões.  

“A cidade de Miami se comprometeu a atingir emissões líquidas zero de carbono até 2050, tendo estabelecido um plano de ação para construir uma economia verde. O condado de Miami-Dade tem até mesmo o primeiro Chief Heat Officer do mundo”, concluiu. Em outras reportagens, mostramos diversas climate techs do Sul da Flórida que vem conquistado mercado e captado recursos de capital de risco (leia mais aqui e aqui). 

CORAL GABLES: PROJETO PIONEIRO NOS EUA 

No Sunshine State, uma das referências é Coral Gables, que venceu vários prêmios nos últimos anos: em 2022, conquistou o IEEE Smart City Jury Award e, em 2020, foi nomeada uma das “Smart Cites to Watch” pela StateTech Magazine. No evento, o CIO do município, Raimundo Rudolfo, mostrou que muitos projetos surgiram a partir de parcerias com indústrias, universidades, governo e entidades sem fins lucrativos – um exemplo apresentado foram os postes modulares alimentados por inteligência artificial.

Inédito nos EUA, o projeto “Smart City Pole” inclui Wi-Fi público gratuito, sensores de tráfego (que monitora veículos, pedestres, velocidade, semáforos), segurança pública, e analisa indicadores ambientais (qualidade do ar, ruído, clima), entre outras aplicações. Em entrevista recente, Rudolfo detalhou as ações da cidade: “criamos um piloto de cidade inteligente modular e integrada, que usa tecnologia de engenharia aeroespacial e agora estamos adicionando mais 10 postes inteligentes. Esta é a próxima evolução da infraestrutura da Internet das Coisas ou da tecnologia ciberfísica para cidades inteligentes, pois você consolida tudo em um só local”. 

Há também um projeto, com financiamento da Agência de Pesquisa Avançada do Departamento de Energia, para enviar informações de trânsito e serviços a veículos inteligentes para otimizar o fluxo das vias urbanas. 

Outra empresa inovadora da região neste mercado é a Ubicquia, startup de Fort Lauderdale está ajudando cidades dos EUA a transformar sua infraestrutura de iluminação pública em uma rede de ativos digitais conectados: por meio de uma plataforma de hardware e software, a empresa captura e analisa dados de mobilidade e segurança pública, além de  expandir a rede de banda larga urbana em parques e estabelecimentos comerciais por meio de um dispositivo acoplado em postes de luz.

Como define o urbanista Scheinkman, “as cidades são inteligentes se as pessoas também são inteligentes”. 

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