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Socialtech brasileira que captou mais de US$ 50 milhões em doações escolhe Miami para expansão internacional

Brazilian socialtech that raised more than $50 million in donations chooses Miami for international expansion

Doare, fundada pelos sócios Felipe Antunes e Ruy Fortini, é uma plataforma de doações online que tem mais de 4,5 mil organizações cadastradas e acaba de passar pelo programa de aceleração Miami Immersion Week. Foto: Divulgação (Alex Santos)


As doações feitas por pessoas físicas nos Estados Unidos a entidades e causas sociais somou cerca de $319 bilhões em 2022, de acordo com relatório
Giving USA – um volume significativo e que pode ser ampliado com uso de soluções digitais. Este foi o caminho que trilhou a socialtech brasileira Doare, líder no segmento em seu país de origem e que escolheu o Sul da Flórida como plataforma para expandir atuação nos EUA e na América Latina.

A empresa, fundada pelos empreendedores Felipe Antunes e Ruy Fortini, já arrecadou no Brasil o equivalente a a $ 52 milhões em doações por meio de sua ferramenta digital, que conta com mais de 4,5 mil organizações sociais cadastradas. Após validar a ideia em um país com forte demanda social, a ideia é expandir o projeto para todo o continente americano – começando por um hub tecnológico com sotaque latino. Recentemente, a Doare participou do Miami Immersion Week, um programa internacional de aceleração de projetos que oferece, além de metodologias de desenvolvimento, conexão com investidores.

De acordo com a agência de promoção de investimentos Enterprise Florida, o Brasil é o principal parceiro comercial do Sunshine State, com movimentação em torno de $ 22,6 bilhões em 2022. 

A Doare vem de um pequeno estado, mas que é considerado um dos principais polos de tecnologia do Brasil: Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, tem mais de 7,3 mil empresas de TI e o maior número de startups por habitante no país. Com isso, a cidade do Sul brasileiro se tornou um hub emissor de empresas para outros continentes – e a expansão recente da “Miami tech” não passou despercebida pelos empreendedores locais.

“O ecossistema de startups em Miami está avaliado em US$ 36 bilhões segundo o Global Startup Ecosystem Report, o que demonstra que a cidade é a porta de entrada para negócios inovadores provenientes da América Latina”, disse Antunes, que atua como diretor de Operações, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. 

Felipe passou os últimos meses em Miami preparando o caminho e, nas próximas semanas, é a vez do CEO Ruy Fortini chegar à região para consolidar a nova base.  Após esse passo, a ideia é levar a experiência a organizações filantrópicas de todo o continente. Um diferencial da startup, frente aos concorrentes nos EUA, é a capilaridade de atuação, comenta o COO: “estas empresas processam grande volume de doações, mas atuam majoritariamente em um único país”. 

O cofundador atua há 13 anos com projetos sociais e nos últimos anos focou no desenvolvimento de tecnologias de pagamento digital e plataformas específica para este setor, que movimentou em todo o Brasil mais de $ 2 bilhões em 2020, ano da pandemia.  Na época do isolamento, uma única ONG – a Gerando Falcões, de educação social – doou por meio da Doare mais de $15 milhões para projetos. A ONG Médicos sem Fronteiras, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1999, também utiliza a plataforma brasileira para captação de recursos. 

Uma das novidades lançadas pela socialtech foi o Painel do Doador: uma área personalizada para seus apoiadores acompanharem mais informações sobre suas doações. O objetivo é dar aos parceiros controle e autonomia sobre as operações, garantindo segurança e confiança para manter a recorrência de doações. Todas as funcionalidades oferecidas no Brasil, como o desenvolvimento de páginas de embaixadores, devem ser replicados nos novos mercados de atuação. 

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