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ELON MUSK, POR WALTER ISAACSON

Elon Musk, by Walter Isaacson

No livro, Musk é descrito como um visionário obstinado e um empreendedor bem-sucedido, mas o lado humano também é revelado.

 

Autor: Walter Isaacson

Ideias centrais:

1 – Elon Musk e seu irmão Kimbal tiveram uma ideia: colocar um diretório de negócios online, que pudesse ser pesquisado, e combiná-lo com um programa de mapas para chegar até ele. Chamaram a empresa de Zip2. Na venda do negócio, Must ganhou US$ 22 milhões, o que permitiu novas aventuras.

2 – Para que a humanidade chegasse a Marte, a tecnologia de foguetes teria que mudar. E confiar em foguetes usados, como os da Rússia, não trazia avanços. Então, Musk criou empresa própria, em 2002: SpaceX, com sede em Los Angeles.

3 – Uma das decisões mais importantes de Musk em relação à Tesla era a de que ela deveria fabricar seus principais componentes, em vez de montar um carro com centenas de componentes de fornecedores independentes.

4 – O plano de Musk em relação ao Twitter era comprar o negócio e fechar seu capital. Em 25 de abril de 2022, o conselho do Twitter aceitou o plano, depois de muitas controvérsias, como a da liberdade de expressão.

5 – Musk fundou a OpenAI, juntamente com Sam Altman. Após desentendimentos, Musk saiu da empresa. Altman conseguiu investimento da Microsoft e criou o ChatGPT. Preocupação de Musk: manter a consciência humana no desenvolvimento da inteligência artificial.

Sobre o autor:

Walter Isaacson é um dos mais importantes biógrafos do nosso tempo. Foi editor da revista Time, presidente do conselho de administração e CEO da CNN. Fez a biografia de famosos, publicando: Steve Jobs, Leonardo da Vinci, Os Inovadores e outros.

Conteúdos:

Do Canadá para África do Sul. Com opiniões estranhas e populistas, Joshua Haldeman, avô materno de Elon Musk, passou a acreditar que o governo canadense estava controlando demais a vida dos indivíduos e que o país se acovardara. Em 1950, ele decidiu se mudar para a África do Sul, que ainda vivia sob o regime do apartheid. Eles desmontaram a Bellanca [avião monomotor], guardaram-no em caixas e embarcaram em um cargueiro rumo à Cidade do Cabo. Haldeman decidiu que queria viver no interior, de modo que eles seguiram para Joanesburgo onde a maioria dos cidadãos brancos falava inglês em vez de africâner. Entretanto, enquanto sobrevoava uma região próxima de Pretória [atual Tshwane], as flores lilás dos jacarandás haviam desabrochado, e Haldeman anunciou: “Vamos ficar aqui.”

Hademan instigou esse espírito de risco em uma das filhas gêmeas, a mãe de Elon, Maye. “Sei que posso assumir um risco desde que esteja preparada”, afirma ela. Quando estudante, Maye se saía bem em ciências e matemática. Era linda, aos 15 anos começou a trabalhar como modelo, fazendo desfiles de modas em lojas. Nessa época, Maye conheceu um menino na vizinhança que também era muito bonito, Errol Musk, pai de Elon.

Quando se formou na universidade, Maye se mudou para a Cidade do Cabo, com a finalidade de dar aulas de nutrição. Errol, formado engenheiro, que já havia namorado Maye, foi visitá-la e a pediu em casamento. Fizeram a lua de mel em Nice na França. Ela engravidou lá, vindo a dar à luz o filho Elon.

Era um casamento tumultuado e o divórcio não demorou a acontecer. Maye e as crianças se mudaram para uma casa na costa perto de Durban, cerca de 600 quilômetros ao sul de Pretória-Joanesburgo. Elon e o irmão Kimbal iam de trem visitar o pai em Pretória. A irmã de ambos se chamava Tosca. E geralmente não ia com eles.

Morando com o pai. Aos 10 anos, Musk tomou uma decisão fatídica, da qual depois se arrependeria. Ele decidiu morar com o pai. Foi sozinho no trem, de Durban até Joanesburgo. O pai tinha atitudes rudes com o menino, o que deixou marcas na personalidade dele ao longo da vida.

A leitura continuou a ser o reino secreto de Musk. Às vezes, ele se afundava em livros a tarde toda e na maior parte da noite, por nove horas seguidas. Também era fã de quadrinhos. O livro de ficção científica que mais influenciou os anos maravilhosos de Elon foi O guia do mochileiro das galáxias, de Douglas Adams.

Musk viu um computador pela primeira vez mais ou menos na época em que completou 11 anos. Atormentou o pai para comprar um, mas o pai não dava importância para o computador: não servia para a engenharia. Então, Elon fez pequenos trabalhos, ganhou dinheiro e comprou o cobiçado aparelho. Comprou um Commodore VIC-20, um dos primeiros computadores pessoais, capaz de rodar jogos, como Galaxian e Alpha Blaster.

Estados Unidos à vista. Aos 17 anos, depois de sete anos morando com o pai, Elon percebeu que teria que fugir. A vida dele estava cada vez mais enervante. Havia momentos em que Errol era jovial e divertido, mas às vezes ele se tornava sombrio, verbalmente abusivo e dominado por fantasias e conspirações. O humor dele podia mudar rápido. Uma hora era supersimpático e noutro começava com insultos, na visão de Tosca.

Musk começou a pressionar tanto a mãe quanto o pai, tentando convencê-los a se mudar para os Estados Unidos e levá-lo juntamente com os irmãos. Nenhum deles estava interessado. Então, Elon decidiu que ia sozinho. Em 11 de junho de 1989, cerca de duas semanas antes do aniversário de 18 anos, Elon partiu de avião de Joanesburgo para Montreal no Canadá. De lá foi até um primo, Mark Eulon, que vivia numa fazenda na província de Saskatchewan, cerca de 3 mil quilômetros distante de Montreal.

Depois que a mãe, Maye, se juntou a ele em Vancouver, foram se estabelecer em Toronto. Tosca também se mudou e foi morar com eles. Kimbal ficou em Pretória para terminar o ensino médio. Depois se juntou à família em Toronto.

Formação universitária. As notas de Musk nas provas de admissão para a faculdade não eram particularmente extraordinárias. Em uma segunda rodada dos testes SAT – exame educacional padronizado usado como critério de admissão –, ele tirou 670 de 800 no exame verbal e 730 em matemática Ele limitou as escolhas a duas universidades próximas de Toronto: Waterloo e Queen’s. Acabou escolhendo Queen’s por esta ter uma vida social mais intensa. Lá matriculou-se em 1990.

Musk foi colocado no “andar internacional” de um dos alojamentos e no primeiro dia conheceu um estudante chamado Navaid Farooq, que se tornou o primeiro e duradouro amigo fora da família.

Nas universidades da Ivy League, nos anos 1990, alunos ambiciosos eram atraídos ou para o leste, o reino dourado das finanças em Wall Street, ou para o oeste, rumo à utopia tecnológica e ao fervor empreendedor do Vale do Silício. Na Penn, Musk recebeu algumas ofertas de emprego em Wall Street, mas ele não se interessava pelo mercado financeiro. Ele achava que banqueiros e advogados não contribuíam para a sociedade. Ele se sentia atraído pelo Vale do Silício. Musk conseguiu essa oportunidade no verão de 1994, entre seu primeiro e segundo ano na Penn, quando fez dois estágios que permitiram que ele saciasse suas paixões por veículos elétricos, espaço e videogames.

Elon empreendedor. Algumas das melhores inovações nascem da combinação de duas inovações anteriores. A ideia que ele e Kimbal tiveram no início de 1995 era simples: colocar um diretório de negócios pesquisável online e combiná-lo com um programa de mapas que mostrasse o caminho para chegar até eles. Nem todo mundo enxergou o potencial disso. Quando Kimbal teve uma reunião com o Toronto Star, que publicava as “Páginas Amarelas” na cidade, o presidente pegou uma edição grossa da lista telefônica e jogou nele.

A primeira vitória veio quando visitaram a Navteq, uma empresa que tinha um banco de dados de mapas. A empresa acabou por licenciá-los para os Musk gratuitamente até que eles começassem a ter lucros. Elon escreveu um programa que mesclava os mapas com a lista de empresas de uma determinada área. Eles chamaram a empresa de Zip2, uma brincadeira com “zip”, verbo em inglês que significa ir rápido para onde quiser.

Em janeiro de 1999, menos de quatro anos depois que Elon e Kimbal lançaram o Zip2, Proudian os chamou no escritório e disse que a Compaq Computer, que estava tentando aprimorar seu serviço de busca Alta Vista, havia oferecido US$ 307 milhões em dinheiro. Os irmãos haviam dividido seus 12% em 60% para Elon e 40% para Kimbal, de modo que Elon, aos 27 anos, saiu com US$ 22 milhões e Kimbal com US$ 15 milhões. Elon se deu o luxo de comprar um carro esporte McLaren de 1 milhão de dólares, o mais rápido da época.

Casamento. “Quando Elon falou que ia se casar com Justine, eu intervim”, lembra Kimbal. “Falei: ‘Não se case, você não pode se casar, ela é a pessoa errada para você.’” Navaid Farooq, que estava com Musk na festa em que ele conheceu Justine, também tentou impedir o casamento. Mas Musk gostava tanto de Justine quanto de confusão. O casamento foi marcado para um fim de semana em janeiro de 2000 na ilha caribenha de Saint-Martin.

Rumo à X.com/PayPal. Musk, que tivera experiência no Scotiabank, achava que esse setor estava pronto para uma transformação. Por isso, em março de 1999, fundou a X.com com um amigo do banco, Harris Fricker.

O conceito da X.com era grandioso. Seria um balcão único para todas as necessidades financeiras: serviços bancários, compras digitais, cheques, cartões de crédito, investimentos e empréstimos. As transações seriam instantâneas, sem espera para que os pagamentos fossem confirmados. A ideia de Musk era a de que o dinheiro não passava de informação em um banco de dados.

Como era o sócio majoritário, Musk triunfou e Fricker se demitiu, junto com a maioria dos funcionários. Apesar da confusão, Musk conseguiu convencer um homem influente da Sequoia capital, Michael Moritz, a fazer um grande investimento na X.com. Depois, Moritz intermediou um acordo para que o Barclays Bank e um banco comunitário no Colorado se tornassem sócios.

Enquanto Musk monitorava os nomes dos novos usuários, um chamou a atenção: Peter Thiel. Ele fora um dos fundadores de uma empresa chamada Confinity, que havia funcionado no mesmo prédio da X.com e estava na mesma rua. Thiel e o cofundador da empresa, Max Levchin, eram tão intensos quanto Musk, porém mais disciplinados. Assim como a X.com, a empresa deles oferecia um serviço de pagamento de pessoa para pessoa. A versão da Confinity se chamava Paypal.

Fusão. Como seus produtos fossem semelhantes, surgiu a ideia de uma fusão entre as duas empresas. Os sistemas de pagamento eletrônico de ambas foram reunidos e promovidos sob a marca PayPal. Esta se tornou a principal oferta da empresa, e continuou a crescer rapidamente. No entanto, não era da natureza de Musk desenvolver produtos para nichos de mercado. Ele queria refazer setores inteiros. Então, voltou a se concentrar em seu objetivo original de criar uma rede social que pudesse mudar todo o setor bancário.

Musk insistia que o nome da empresa deveria ser X.com e que PayPal seria somente uma das marcas da casa. Mas houve resistência. A PayPal tinha se tornado uma marca de confiança do público.

Quando o conselho votou para tirar Musk do cargo de CEO, ele respondeu com uma calma e uma leveza surpreendente para todos que haviam assistido à luta febril pelo poder. A PayPal abriu o capital no início de 2002 e foi comprada pelo e-Bay em julho por US$ 1,5 bilhão. O ganho de Musk foi de cerca de US$ 250 milhões.

O sonho de Marte. Em uma reunião de ex-integrantes da PayPal em Las Vegas, Musk se sentou em uma cabana perto da piscina para ler um manual esfarrapado de um motor de foguete russo. Quando um deles, Mark Woolway, perguntou o que Musk planejava em seguida, ele respondeu: “Vou colonizar Marte. Minha missão de vida é tornar a raça humana uma civilização multiplanetária.” A reação de Woolway não foi surpreendente: “Cara, você enlouqueceu.”

Musk decidiu que, se queria começar uma empresa de foguetes, seria melhor se mudar para Los Angeles, cidade que sediava a maioria das empresas aeroespaciais, entre elas, a Lockheed e a Boeing. “A probabilidade de uma empresa de foguetes era bastante baixa, e seria ainda menor se eu não me mudasse para o sul da Califórnia, onde estava a massa crítica do talento na engenharia aeroespacial”, conta ele.

Para que a humanidade chegasse a Marte, a tecnologia de foguetes precisava ser melhorada de maneira radical. E confiar em foguetes usados, especialmente em foguetes velhos da Rússia [vistos in loco por Musk], não iria trazer avanços tecnológicos.

Sendo assim, no voo de volta para casa, Musk pegou seu computador e começou a fazer uma tabela que detalhava todos os materiais e custos para construir um foguete de tamanho médio.

A aventura espacial de Musk começou como um empreendimento sem fins lucrativos para inspirar interesse numa missão a Marte. Naquele momento, porém, ele tinha uma combinação de motivações que iriam marcar sua carreira. Ele poderia fazer algo audacioso motivado por uma ideia grandiosa, mas também queria ser prático e lucrativo, para que o empreendimento se sustentasse. Isso significaria usar foguetes para lançar satélites comerciais e governamentais.

SpaceX. Musk criou a Space Exploration Technologies em maio de 2002. A princípio, chamou a empresa pelas iniciais, SET. Meses depois, deu destaque à sua letra preferida, ao trocar o nome por algo mais memorável, SpaceX. Primeiro foguete: setembro de 2003. Missão tripulada a Marte: até 2010.

Certo domingo em janeiro de 2002, enquanto Tom Mueller e seu colega Garey estavam trabalhando no motor amador deles num armazém alugado, Garvey mencionou para Mueller que um milionário da internet chamado Elon Musk queria conhecê-lo.

Musk perguntou a Mueller se ele podia construir um motor tão grande quanto o TR-106 da TRW sozinho. Mueller reconheceu que havia projetado o injetor e a ignição, conhecia bem o sistema de bomba e, com uma equipe, poderia descobrir o resto. Musk ofereceu a Mueller o emprego de diretor de propulsão responsável por projetar os motores do foguete. Musk chamou o foguete que eles estavam construindo de Falcon1, em homenagem à espaçonave de Star Wars.

A SpaceX começou seu caminho vencedor, ganhando uma chance de contrato da Nasa para reabastecer a Estação Espacial Internacional. Musk processou a Nasa por dar o contrato, sem licitação a uma empresa concorrente, a Kistler. Must ganhou o processo, o que obrigou a Nasa a abrir licitação, que deu parte importante do contrato à SpaceX.

Tesla: o carro elétrico. Uma das decisões mais importantes que Elon Musk tomou no tocante à Tesla – a marca definitiva que a levou ao sucesso e ao impacto na indústria automotiva – era a de que ela deveria fabricar seus principais componentes, em vez de montar um carro com centenas de componentes de fornecedores independentes. A Tesla iria controlar seu destino – e a qualidade, os custos e a cadeia de fornecedores – ao ser integrada verticalmente. Criar um carro bom era importante. Ainda mais importante era criar processos de fabricação e fábricas que pudessem produzi-los em massa, das baterias à carroceria.

Tanto Eberhard quanto Musk se consideravam o principal fundador da Tesla. Na mente de Eberhard, ele havia bolado a ideia, convocado seu amigo Tarpenning, registrado a empresa, escolhido o nome e corrido atrás e encontrado financiadores. “Elon se diz o arquiteto principal e todo tipo de coisa, mas isso não é verdade”, afirma Eberhard. “Ele era apenas membro do conselho e investidor.” Contudo, na mente de Musk, foi ele quem promoveu o encontro com Straubel e forneceu o dinheiro necessário para dar início à empresa.

O protótipo do Roaster da Tesla revelado em 2006 atingiu o primeiro objetivo que Musk havia resumido: acabar com a ilusão de que carros elétricos eram destinados a serem versões quadradas de um carrinho de golfe. O governador Schwarznegger fez um depósito de 100 mil dólares para comprar um, assim como o ator George Clooney.

Falcon9. A concorrência da Nasa que a SpaceX ganhou para enviar carga com destino à Estação Espacial Internacional veio com um desafio: exigiria um foguete muito mais potente do que o Falcon1.

A princípio, Musk planejou que o próximo foguete teria que ter cinco motores em vez de um, e dessa forma seria chamado de Falcon5. Ele também precisaria de um motor mais potente. Tom Mueller, no entanto, estava preocupado, uma vez que iria demorar muito para construir um motor novo, e convenceu Musk a aceitar uma outra ideia: um foguete com nove motores originais Merlin. Assim nasceu o Falcon9, um foguete que se tornaria o cavalo de tração da SpaceX por mais de uma década. Além do novo foguete, eles precisavam de uma cápsula espacial. Fizeram uma cápsula do zero que recebeu o nome de Dragon. A SpaceX fechou um acordo para usar parte do Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral, para lançar o Falcon9.

Starlink. No fim de 2014, Musk voltou sua atenção para uma mina de ouro muito maior que satélites: oferecer serviço de internet para consumidores pagantes. A SpaceX faria e lançaria satélites de comunicação próprios, na prática reconstruindo a internet no espaço sideral.

“A receita da internet é cerca de US$ 1 trilhão por ano”, diz Musk. “Se pudermos atender a 3% disso, serão US$ 30 bilhões, o que é mais do que o orçamento da Nasa. Essa foi a inspiração para a Starlink financiar a viagem a Marte.” Mirando nessa missão, em janeiro de 2015 Musk anunciou a criação de uma divisão da SpaceX, com base perto de Seattle, chamada Starlink. O plano era enviar satélites para a baixa órbita terrestre, a mais ou menos 550 quilômetros de altitude, para que a latência dos sinais não fosse tão ruim quanto a dos sistemas geoestacionários, que orbitam a 36 mil quilômetros acima da terra.

Novela Twitter. Elon disse que a outra opção era comprar o Twitter, em vez de simplesmente entrar para o conselho. “Passei a acreditar que o Twitter estava indo na direção do precipício, e que eu não teria como salvar a empresa apenas participando do conselho”, afirma. “Talvez eu devesse comprar o Twitter, fechar o capital e consertar tudo.”

De um hotel em Vancouver, Musk enviou uma mensagem para Bret Taylor com a decisão final, ou seja, comprar e fechar o capital do Twitter. Na tarde de segunda-feira, 25 de abril de 2022, o conselho do Twitter aceitou o plano. O Twitter e seus contratempos passaram às mãos de Musk, que é um veterano em enfrentar tempestades. No caso, a liberdade de expressão.

Musk e IA. Por uma década, Musk vinha se preocupando com o perigo de um dia a inteligência artificial sair de controle – desenvolver uma mente própria, por assim dizer – e ameaçar a humanidade. Musk tentou impedir que Larry Page e o Google comprassem o DeepMind, a empresa fundada pelo pioneiro da IA, Demis Hassabis. Após não ter conseguido, Musk fundou um laboratório concorrente, uma organização sem fins lucrativos chamada OpenAI, com Sam Altman, em 2015.

Humanos podem ser mais difíceis de lidar do que máquinas e quando Musk acabou rompendo com Altman, deixou o conselho da OpenAI e levou consigo o renomado engenheiro Andrej Karpathy para liderar a equipe do Autopilot na Tesla. Em seguida, Altman criou um braço empresarial da OpenAI, conseguiu um investimento da Microsoft de US$ 13 bilhões e chamou Karpathy de volta.

ChatGPT. Entre os produtos que a OpenAI desenvolveu estava um robô chamado ChatGPT que foi treinado com grandes conjuntos de dados da internet para responder a perguntas feitas pelos usuários. Em março de 2023, a OpenAI lançou o ChatGPT4 para o público, com estrondoso sucesso. O Google então lançou um chatbot rival chamado Bard.

A aventura de Musk em IA não parou por aí. Tentava encontrar uma IA mais segura. Ele batizou sua nova empresa de X.AI e recrutou pessoalmente Igor Babuschkin, um pesquisador de ponta de IA na unidade DeepMind do Google, para ser o chefe de engenharia.

Em abril, Musk transmitiu três metas principais a Babuschkin e à sua equipe. A primeira era produzir um robô de IA que pudesse escrever programação de computador. A segunda meta seria um chatbot que concorresse com a série GPT da OpenAI, um que usasse algoritmos e fosse treinado com conjunto de dados que assegurassem neutralidade política.

A terceira meta que Musk deu à equipe era ainda mais grandiosa. A missão principal dele sempre foi assegurar que a IA se desenvolvesse de tal modo que a consciência humana perdurasse.

Starship. Era abril de 2023, momento do lançamento experimental da Starship em Boca Chica, sul do Texas. O Starship era um poderoso foguete destinado às viagens a Marte. À primeira vista, Musk e equipe ficaram chocados com o fracasso do lançamento. De outro, houve júbilo da equipe construtora de poder agora analisar erros e falhas para entrar em órbita e consolidar o êxito do foguete, marcado para grandes aventuras.

De resto, a SpaceX tinha seus êxitos, plenamente compensadores. Uma cápsula Dragon da SpaceX partiu da Estação Espacial Internacional e aterrissou na água em segurança perto da costa da Flórida. Continuava a ser o único veículo norte-americano capaz de subir até a estação espacial e voltar, como tinha feito um mês antes com quatro astronautas, entre os quais um da Rússia e um do Japão, e como faria novamente quatro semanas depois.

FICHA TÉCNICA:

Título: Elon Musk

Autor: Walter Isaacson

Resumo: Rogério H. Jönck

Edição: Monica Miglio Pedrosa

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