Robert Morcos, fundador da Social Mobile, começou no mercado tech aos 15 anos e lidera uma empresa global que recebeu recentemente $35 milhões para expandir sua plataforma de integração de soluções mobile a empresas
Um empreendedor de Miami que começou a trabalhar no setor de tecnologia aos 15 anos e que, há mais de uma década, é o líder de uma plataforma global que integra soluções de mobilidade para empresas de saúde, varejo, hotelaria, educação e defesa. Rorbert Morcos, fundador da Social Mobile (empresa que ganhou o mercado global sem nenhum investimento externo por mais de 12 anos), foi reconhecido nesta semana pelo Google como o “inventor do ano” entre todos os parceiros mundiais da big tech.
O prêmio é concedido aos parceiros que apresentaram soluções com maior impacto no ecossistema de aplicações e do Android Enterprise. Robert teve um desempenho considerado “incessante e que superou os limites do setor” e que renderam esse reconhecimento. A Social Mobile foi a primeira parceira Google a receber uma licença EDLA (Enterprise Devices Licensing Agreement), é uma das poucas certificadas pelo Play Protect (antigo Google Mobile Services/GMS). Ao todo, a empresa já forneceu sistemas utilizados por mais de 11 milhões de dispositivos móveis no mundo.
Robert cresceu em Miami, frequentou a Florida State University e é figura ativa em vários conselhos de administração de empresas. Desde o início, ele esteve envolvido em todos os aspectos da Social Mobile, incluindo fabricação, design, desenvolvimento, distribuição e consultoria. “Como CEO, sou responsável por criar a estratégia geral da empresa, mas é preciso o esforço de toda a minha equipe para implementar e executar essa estratégia. Estamos orgulhosos por sermos reconhecidos pelo impacto positivo que temos nos negócios de nossos clientes”, anunciou Morcos em comunicado após o anúncio do prêmio, na última terça, dia 6. Além dos EUA, a empresa criada em 2011 no Sul da Flórida tem presença e operações na Europa e na Ásia.
Em março passado, a Social Mobile anunciou a captação de $35 milhões em linha de crédito junto ao Citi para o próximo estágio de desenvolvimento da empresa: acelerar o plano de crescimento global e buscar empresas para serem incorporadas, por meio de fusões e aquisições (M&A). “Até agora nunca havíamos recebido capital externo para desenvolvimento do negócio. Este valor facilitado para invstimento é um marco em nossa empresa”, ressaltou o diretor financeiro Benjamin Yogel. Em tempos de torneiras mais fechadas para aportes de capital de risco, o volume de dinheiro captado chamou a atenção do mercado tech.
LIÇÕES PARA NÃO DEPENDER DE RECURSOS EXTERNOS
Por trás da “insistência estratégica” da Social Mobile para não diluir capital com investidores externos está o histórico familiar do fundador da empresa. Morcos cresceu como o mais velho de cinco filhos de uma mãe solteira e, como contou em depoimento à Entrepreneur, “eu tinha plena consciência de que não tinha os mesmos privilégios financeiros que meus amigos do nosso bairro de classe média tinham. Aprendi desde cedo que, se eu quisesse ter sucesso, teria de criá-lo. E foi o que fiz”.
Aos 15, ele começou uma parceria com o pai de um amigo, que comprava telefones celulares usados e revendia para consumidores na América Latina, e passou a negociar os aparelhos de estudantes do ensino médio e lojas de penhores. “A orientação dele me ensinou a administrar um negócio lucrativo desde o início. Por isso, optei por não receber capital externo”, relembra.
Ele deixa três dicas a outros empreendedores que buscam construir negócios apenas com recursos próprios:
→ Mantenha-se o menor possível pelo maior tempo que puder
→ Faça com que os clientes paguem adiantado, criando confiança
→ A capacidade de pivotar (mudar o foco do negócio ou produto) pode fazer ou destruir uma empresa
“Às vezes, captar investimentos faz sentido, pois isso abre portas e dá credibilidade. Mas também pode oferecer uma falsa sensação de segurança financeira, o que leva a um crescimento instável”, ensina o “inovador do ano”.