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AI pode eliminar quase 400 mil empregos no Sul da Flórida nos próximos anos

Estudo da Câmara de Comércio mostra que o mercado de trabalho da região é o segundo mais vulnerável do país em função da nova tecnologia – Orlando também ocupa o top 5 deste preocupante ranking. / Foto: Tomas Lundahl (Unsplash)


O Sul da Flórida é uma da regiões mais vulneráveis dos EUA em relação ao impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho.
Análise feita pela Câmara de Comércio coloca a área metropolitana de Miami em segundo lugar em ranking divulgado em julho passado sobre o volume de empregos que podem simplesmente desaparecer. Em números, isso representa quase 400 mil postos de trabalho, o equivalente a 15% da população empregada na região (2,6 milhões de pessoas).

O primeiro lugar desse preocupante ranking é Las Vegas, que tem um volume menor de empregos totais em comparação com Miami (pouco mais de 1 milhão de pessoas) e pode perder 15,8% de acordo com as estimativas da Câmara de Comércio. Mas o impacto maior, em termos de estados, deve ser mesmo na Flórida, já que Orlando ocupa a 4a. posição da lista, com possibilidade de perder 190 mil dos atuais 1,2 milhão de empregos. 

Um ponto em comum entre essas três regiões é o fato de serem importantes destinos turísticos – e a área de serviços relacionados ao turismo e a hotelaria deve ser diretamente impactada por sistemas de inteligência artificial. Mas não é apenas esse perfil de cidade que deve sofrer mais em termos de empregos: o top 10 envolve regiões com características econômicas bem distintas, como Louisville, Grand Rapids, San Antonio, Phoenix, Salt Lake City, Detroit e Nashville. Somando as 50 áreas metropolitanas mais populosas dos EUA, estão em risco mais de  10 milhões de empregos, aponta o relatório.

O estudo da Câmara de Comércio também aponta, por região, quais as ocupações devem desaparecer mais rapidamente nos próximos anos (sim, é uma questão de anos, não de gerações). Em geral, as maiores perdas para a IA serão em atividades como indústria, segurança, funções administrativas (manutenção de registros, caixas, contabilidade, escrituração etc.)

Fonte: Câmara de Comércio, 2023

Em Miami, por exemplo, os empregos administrativos em escritórios devem ser os mais afetados (66,8 mil vagas podem fechar), seguido por vendedores (40 mil) e profissionais de cuidados pessoais (17,7 mil). Já em Orlando, outras ocupações apareceram na lista, como serviços de manutenção e zeladoria (12 mil empregos em risco) e alimentação ao público (9,1 mil). 

A Câmara de Comércio não é a única instituição pessimista em relação aos impactos da AI: o Fórum Econômico Mundial (WEF) estima que cerca de 83 milhões de empregos em todo o mundo poderão ser automatizado até 2027 – o estudo envolveu mais de 800 empresas de 45 países. O Goldman Sachs prevê um cenário ainda mais drástico, com perdas de até 300 milhões de vagas de trabalho.

 

O OUTRO LADO: ONDE A AI VAI CRIAR EMPREGOS? 

Olhando para o outro lado da moeda, a IA deve também impulsionar novos empregos em função de seu avanço na economia e na sociedade. Para o WEF, a estimativa é, até 2027, que quase 70 milhões de vagas surjam a partir da tecnologia. Podem se beneficiar deste cenários profissionais que atuam como analistas de dados, cientistas da computação, especialistas em machine learning e segurança cibernética – áreas com perspectiva de crescimento médio de 30% nos próximos anos. 

De volta ao cenário de Miami, é importante observar o movimento recente do mercado de tecnologia, que vem colocando a cidade entre os principais ecossistemas emergentes do planeta (é a 23a. colocada no Global Ecosystem Report, subindo 10 posições nos últimos anos). E pode estar neste ambiente de inovação a saída para equilibrar o impacto negativo da AI.

Neste ano, a Kaseya, empresa de software de gerenciamento de segurança (e que detém os naming rights da arena do Miami Heat), anunciou o compromisso de criar na região mais 3,4 mil empregos em tempo integral nos próximos três anos – com salário médio anual em torno de $ 107,000. A Bungalow, plataforma de tecnologia que conecta proprietários de imóveis e locatários, é outra que está vindo em peso para a região – 20% dos funcionários devem deixar o Vale do Silício para o Sul da Flórida. 

“Seja você um funcionário ou proprietário de uma pequena empresa, tomar as medidas certas agora para aprender IA e adaptá-la à sua rotina diária de trabalho pode ajudá-lo a se preparar adequadamente para o futuro”, resume o relatório da Câmara de Comércio.

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