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Robôs cirúrgicos: startup de Miami desenvolve tecnologia revolucionária para tratamento de doenças neurovasculares

Miami-based startup develops revolutionary technology for treating neurovascular diseases

Com investimento de $12 milhões, Navegantis quer iniciar testes clínicos do robô com humanos até o ano que vem. Na foto, os diretores Hyosig Kang, Mor Dayan e Marc Artal.

 

O Sul da Flórida tem se destacado como um hub emergente para empresas de tecnologia voltadas para medicina e saúde (healthtechs), impulso gerado por uma combinação de fatores como o crescimento (e o envelhecimento) da população, maior acesso a capital de risco e uma robusta infraestrutura de saúde.

Entre as diversas startups que surgem na região (como a Modernizing Medicine, de Boca Raton, a CareCloud e a Papa, ambas de Miami), uma nova healthtech promete revolucionar o tratatamento de doenças neurovasculares com o uso de robôs cirúrgicos: a Navigantis vem desenvolvendo há 10 anos uma plataforma robótica que pode ser utilizada para uma ampla gama de procedimentos e indicações neurovasculares, incluindo o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo.

No final de julho, a empresa recebeu um investimento de $12 milhões liderado pela Puma Venture Capital, com a participação da Cormorant Asset Management e da Mirae Asset Capital, para acelerar o desenvolvimento desta plataforma e começar a realizar testes clínicos do robô com humanos, possivelmente a partir de 2025. 

O objetivo da Navigantis é preencher a lacuna existente nos cuidados neurovasculares, tornando os tratamentos avançados mais acessíveis aos pacientes, independentemente de sua localização, comenta o CEO e cofundador Mor Dayan. “Estamos entusiasmados e felizes por contar com o apoio de investidores parceiros tão estimados que compartilham nossa visão de revolucionar o tratamento neurovascular com a robótica”, disse. Além dele, formam a equipe executiva o cofundador e CTO Hyosig Kang, e o diretor de operações Marc Camprubi Artal.

A cada 40 segundos, uma pessoa nos EUA sofre um derrame – que pode trazer consequências severas para sua qualidade de vida. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento destas doenças, o acesso a médicos e profissionais de saúde continua sendo uma barreira, especialmente para quem mora fora dos grandes centros urbanos. 

SISTEMA NEUROVASCULAR: CHAVE PARA TRATAMENTO DE OUTRAS DOENÇAS 

A Navigantis foi uma das oito empresas que apresentou novidades tecnológicas em painel no SRS2024, evento promovido pela Sociedade de Cirurgia Robótica, em Orlando (FL). Para Dayan, a próxima grande inovação na área de robôs cirúrgicos virá do campo neurovascular. O desafio está em como utilizar o espaço neurovascular ou endovascular para tratar outras doenças: “você pode usar medicamentos para o cérebro ou até mesmo colocar eletrodos. O sistema neurovascular é um canal para desenvolver tratamentos de outras doenças não vasculares”.

O CEO explica que a tecnologia pode ir além do tratamento de derrames, abrangendo também novas formas de tratar aneurismas ou estenose da artéria carótida, por exemplo. “Olhando para o futuro, também podemos pensar na localização de tumores cerebrais, na injeção de medicamentos e em terapias genéticas para o cérebro”, acrescenta.

O executivo destaca ainda que o número de especialistas neurovasculares está diminuindo, o que representa uma oportunidade para a tecnologia da Navigantis capacitar médicos que ainda não possuem treinamento específico nessa área. “Há três perfis: os neurocirurgiões vasculares, os radiologistas e os neurologistas. Todos eles precisarão compartilhar a mesma plataforma no final do dia”, observa.

Embora a possibilidade de expansão dessa tecnologia para outras áreas, como a cardiologia, seja promissora, Dayan enfatiza que este não é o foco atual da empresa. “Quem sabe no futuro essa solução pode se aplicar a cardiologistas, mas isso ainda não é nosso foco”, conclui.

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