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As “space techs” voltam à cena na Flórida

The "space techs" strikes back in Florida

Chegada de fundo de investimentos especializado em Miami Beach, expansão de empresas locais e busca por novas tecnologias aquecem indústria espacial no Sunshine State

 

Um mercado que movimenta globalmente cerca de $ 470 bilhões e que cresce 9% ao ano, a indústria aeroespacial tem um papel estratégico no desenvolvimento econômico da Flórida. São cerca de 16 mil negócios no setor, grande parte deles concentrados na Space Coast, próxima a Orlando, o que posiciona o estado como um dos centros globais da economia espacial. 

Esta vocação – que surgiu há décadas a partir do programa espacial norte-americano e a criação do Centro Espacial Kennedy e da Estação de Força Espacial de Cabo Canaveral, por exemplo – ganha impulso com o novo momento da Flórida, que tem se fortalecido como epicentro tech e apresentou o maior crescimento em volume de investimentos de venture capital nos Estados Unidos em 2022 – leia mais aqui.

Um exemplo recente é a chegada de um fundo especializado na indústria espacial. Com sede no Canadá, a Fortuna Investments cruzou a fronteira e vai abrir unidade em Miami Beach para explorar o potencial da região neste mercado. “A indústria espacial é realmente a próxima fronteira – e tanto o tempo quanto o ambiente estão certos para fornecer capital e parceria com os empresários e empresas que lideram o caminho”, comentou Justin Parmar, fundador e CEO da Fortuna Investments, que também terá uma unidade em Los Angeles. Fundada em 2015, a empresa tem como foco, além do setor espacial, áreas emergentes como robótica e veículos elétricos.

O primeiro passo será discreto, com um escritório pequeno na Sunset Harbor Drive, mas a ideia é ampliar equipe ao longo dos próximos anos, de acordo com o desenvolvimento do setor na região. Há duas semanas, a Fortuna anunciou seu primeiro investimento no Sunshine State: trata-se da Starfighters Space, uma empresa do Cabo Canaveral que opera uma frota ativa de aeronaves F-104 que pode lançar pequenas cargas ao espaço. A empresa, que vem em rápida expansão, tem entre os clientes o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos e é liderada por Rick Svetkoff, um veterano da indústria. 

SATÉLITES DE PEQUENO PORTE: APOSTA PARA EXPANSÃO

Uma das apostas na área espacial é o mercado de satélites de pequeno porte: estima-se que até 2030, só este segmento movimente $54 bilhões. É neste nicho que atua a Terran Orbital, com sede em Boca Raton e que anunciou recentemente um dos maiores contratos para a construção de satélites de pequeno porte nos EUA. A empresa, que abriu capital na NYSE em 2022, será responsável pela fabricação de 188 satélites de baixa órbita terrestre para a companhia de telecomunicações Rivada Networks. Em entrevista à CNBC, o cofundador e CEO Marc Bell comentou que “este é o maior negócio da história para construção de pequenos satélites”. O valor total do contrato é de $2,4 bilhões e a expectativa é lançá-los até 2025.

Líder no setor, a Terran atende as indústrias aeroespacial e de defesa, com soluções que vão do projeto, produção, planejamento de lançamento e suporte à missão. Mas a empresa precisou recuar em um ambicioso projeto previsto originalmente para ser construído na Flórida: o maior centro industrial de fabricação de satélites, um investimento de $300 milhões que acabou sendo realocado para Irvine (Califórnia) em função do tempo para construção, que levaria até três anos para ser concluído na Costa Leste.

LABORATÓRIO ESPACIAL BUSCA NOVAS TECNOLOGIAS

Apesar do revés com a fábrica da Terran Orbital, o setor espacial na Flórida segue em busca de inovações. Nesta semana, o Laboratório Nacional da Estação Espacial Internacional (ISS), com sede no estado, divulgou um anúncio solicitando pesquisas em diversas áreas tecnológicas que vão de síntese química e de materiais no espaço até pesquisas sobre doenças e novos medicamentos.

A ideia é chamar pesquisadores e startups do setor para desenvolver em conjunto com o ISS produtos e processos que possam produzir impacto econômico direto ou indireto a curto prazo em quatro segmentos: testes de produtos de hardware (nanotecnologia, sensores, eletrônica), melhorias de processo, materiais avançados e medicina translacional (validação de modelagem acelerada de doenças, análise de estruturas macromoleculares para diagnóstico e desenvolvimento de medicamentos).

O contexto reforça o otimismo do CEO da Fortuna Investments com a aposta na Costa Leste: “com sua crescente cultura de inovação e ambiente pró-negócio, o sul da Flórida é o lugar perfeito para fazer nossa estreia nos Estados Unidos”, ressaltou Justin Parmar. 

Foto:  SpaceX (Unsplash

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