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Humanity Reimagined: Where We Go From Here

Humanity Reimagined

Neste livro, Martin Fiore (ex-chairman da consultoria EY) aborda as grandes questões que tecnologias como a IA estão levantando e como um líder pode se preparar para elas.

 

Autor: Martin Fiore

Ideias centrais:

1 – A aceleração tecnológica em velocidade jamais vista na história deverá liberar pessoas de trabalhos repetitivos e inseri-las em atividades em que o pensamento crítico é decisivo. Imaginação, empatia e compaixão, características (ainda) não transmissíveis a máquinas, serão continuamente demandadas.

2 – Junto com a evolução tecnológica vem a necessidade de colocar as pessoas em primeiro lugar.

3 – “Guard rails” (proteções) devem ser edificados para que a tecnologia aplicada a sistemas autônomos não reproduza ações com reflexão insuficiente. É importante atentar para os vieses cognitivos introjetados na programação dos algoritmos destes sistemas.

4 – A mente humana é a mais poderosa ferramenta de tomada de decisões ponderadas. Agora, ela passa a operar em conjunto com uma rede de conexão dinâmica (parte biológica, parte eletrônica). Trata-se de um sistema que pode dar conta de desafios de grande complexidade.

5 – A busca de um futuro que tenha as pessoas em primeiro lugar pressupõe a formação de um ecossistema de stakeholders do mundo dos negócios, da universidade, do governo, de ONGs, de comunidades e também de pessoas físicas.

6 – Ecossistemas em que as companhias não atuam como “ilhas”, mas estabelecendo relações de interdependência, são o novo normal corporativo.

7 – Líderes precisam agir com transparência e preparar suas organizações não apenas para o que virá, mas para o que virá em seguida. É fundamental tornar as organizações mais adaptáveis; criar conexões com as gerações mais jovens; promover aprendizagem contínua; instilar equidade, diversidade e inclusão nas companhias.

Sobre o autor:

Martin Fiore é vice-chairman de área tributária para o continente americano da consultoria EY, tendo ajudado a introduzir nessa que é uma das quatro “big consulting” mundiais aplicações de IA. Ele já atuou nas áreas operacionais e estratégicas de empresas. Foi premiado institucionalmente por sua atuação como líder de seis setores diferentes, todos orientados para a inovação. Ocupa cadeiras em boards de universidades estadunidenses e organizações filantrópicas. Humanity Reimagined é seu primeiro livro.

Introdução – Colocando as pessoas na frente:

O autor não tarda a declinar sua visão otimista da aceleração tecnológica. “Acredito que o progresso tecnológico dará às pessoas ferramentas de conhecimento para passar mais tempo em atividades que demandam pensamento crítico, análise estratégica e persecução de propósito”. Fiore vê demanda contínua na sociedade para capacidades exclusivamente humanas como imaginação, empatia, compaixão. Mas não se trata de uma “visão Poliana”: é necessário edificar o que Fiore chama de “guard rails” (proteção) entre nós e a tecnologia – e esse é um trabalho que nos cabe. 

A pandemia de Covid-19 é um marco para o autor, pois o isolamento gerou soluções rápidas e disruptivas, mas também mostrou que a “solução e a ameaça” estão entre nós. Centenas de milhões de pessoas descobriram que podem usar ferramentas digitais para manterem-se produtivas e interconectadas; vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde. “Acredito que a disrupção tecnológica [experimentada na pandemia] levará a mudanças sísmicas similares, e isso acontecerá em tempo ainda mais curto”.

Fiore se diz convencido de que uma jornada frutífera rumo a um futuro melhor começa com a formação de um ecossistema de stakeholders do mundo dos negócios, da universidade, do governo, de ONGs, de comunidades e, mais importante, de pessoas físicas como “eu e você”. “Deixaremos mais audíveis nossas opções, facilitaremos o debate e inspiraremos ações inteligentes e concertadas.

Capítulo 1: Convergência entre humanos e tecnologia na era da 5ª revolução industrial

O autor considera que desde 2021 vivemos a 5ª revolução Industrial, marcada pela convergência entre humanos e máquinas; a revolução anterior teria durado 18 anos e teve como características a digitalização, a automação e o advento da inteligência artificial; a 3ª, 31 anos, e deu luz à computação e à era da informação. Fiore aponta que as revoluções se sucedem em velocidade cada vez maior e que essa aceleração nos levará a um ponto pivotal em que se dará a tal convergência inexorável entre humanos e máquinas. Dá-se uma crescente “simbiose”, segundo ele, entre corpo e mente com a tecnologia e o ambiente. Essa simbiose já pode ser vista nos wearables e nos devices fitness que monitoram atividade física, mas também pressão sanguínea, taxas de açúcar no sangue, pH e massa muscular. Todas essas informações podem chegar em tempo real a uma “banca” de prescritores – médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas, treinadores.

Em outro campo, o dos “robôs vestíveis”, trabalhos que exigem risco físico podem começar a ser feitos por exoesqueletos industriais, que também ajudarão pessoas com deficiências físicas a realizar suas atividades. A mente humana sempre foi a mais poderosa ferramenta de tomada de decisões ponderadas. Agora, essa ferramenta conta com auxílio de uma rede de conexão dinâmica (parte biológica, parte eletrônica), sistema que pode dar conta de desafios de grande complexidade. Enfrentar as mudanças da 5ª revolução é talvez o maior desafio enfrentado pelas organizações, sejam elas empresas, ONGs, agências governamentais, ou institutos educacionais.

Fiore vê no processo de automação robótica bom ponto de partida para explicar a história da convergência humano-máquinas. O RPA (Robotic Process Automation) é um bot que mimetiza a ação de digitação de um operador humano, liberando-o para “desafios mais frutíferos”. Para esses desafios, a aprendizagem de métodos de pensamento e modelos de gestão podem levar a benefícios também para os empregadores. Fiore cita o coding, o método Six Sigma e o Design Thinking dentre os modelos. Um estudo projeta que metade das atividades profissionais em toda a indústria deve ser automatizada até 2055. Por outro lado, menos de 5% delas serão totalmente automatizadas.

Vem em ritmo crescente a adoção de aparatos que utilizam IA, de assistentes digitais (como Alexa) a monitores minúsculos implantados no corpo. O que se tinha como milagre já é visível: reversão da cegueira e cura de doenças consideradas intratáveis, além da reformatação de códigos genéticos.

Fiore cita o filme Eu, Robô, de 2004, em que o protagonista pergunta a um robô se ele pode compor uma sinfonia ou pintar uma obra-prima. O robô devolve a questão: “Você pode?”. Hoje é razoável admitir que, com uso das tecnologias corretas, as duas personagens responderiam com um enfático “sim!”.

Para navegar nesse tempo de disrupção e incerteza, a liderança tem de ser transparente e trabalhar para forjar capacidades relevantes em tempos de mudança. Com as gerações Z e Millennium se tornando dominantes no mercado de trabalho, será possível apelar para suas características de natural colaboração, ponderação e decisão.

Quatro princípios são importantes, segundo o autor: trabalhar duro para ganhar agilidade – é preciso estar à frente da mudança para dar conta dela; investir em conhecimento; aprimorar as conexões humanas; e encorajar a proficiência digital.

Capítulo 2 – Além da tecnologia: as três forças que conduzem à mudança

Três forças principais estão a mudar o dia a dia: globalização, aceleração da inovação, demografia e mudanças geracionais.

Avanços nos sistemas de transportes e na infraestrutura de telecomunicações contribuíram largamente para a difusão do conhecimento, do comércio, e das trocas culturais. Em 2000, 95% das maiores empresas estavam nos países desenvolvidos; antes do fim dos anos 2020, prevê-se que quase metade delas esteja nas nações em desenvolvimento. O processo faculta mais escolhas para nós como consumidores; aumenta o alcance do pensamento; e contribui para a proliferação e difusão de ideias inovadoras. Mas há quem veja na globalização incremento da desigualdade social, entre outros problemas.

A aceleração do ritmo da inovação pode acontecer, como já se viu ao longo da história, com enormes impactos sociais e econômicos. O autor menciona reiteradamente o salto tecnológico propiciado pela prensa tipográfica inventada por Johannes Gutenberg; o mesmo se deu com a bomba atômica, a viagem espacial, a computação digital. Tudo isso para embasar a afirmação de que a inovação ao longo do tempo foi o principal fator disruptivo das sociedades. O autor propõe que, ao mesmo tempo em que desenvolvemos tecnologias para solucionar problemas, elas sejam programadas para melhorar aspectos da vida.

A demografia/mudanças geracionais, é a terceira força. Sabe-se que os países desenvolvidos enfrentam ônus demográfico, ao passo que nações em desenvolvimento têm taxas de fecundidade maiores, ocasionando movimentos migratórios. A urbanização é um fator crítico, com metade da população vivendo em áreas urbanas, muitas delas “megacidades” com mais de 10 milhões de habitantes. Há questões relacionadas com falta de água: o autor oferece uma estatística tenebrosa, a de que a população vivendo em áreas de escassez triplique para 3,5 bilhões em 2025.

Com tudo isso, avanços tecnológicos foram responsáveis por um aumento de expectativa de vida considerável ao longo das décadas. Em 1913, ela era de 34 anos; em 2000, havia dobrado para 67 anos. Em 2018, a população mundial com mais de 64 anos superou aquela com menos de 5 anos pela primeira vez na história. A vulnerabilidade a doenças e o custo dos sistemas de saúde, especialmente aqueles universais (como o SUS) tornam-se agora uma questão incontornável.

De todo modo, autodeclarado otimista, Fiore elenca dados de incrementos em diversos indicadores. A queda da taxa de mortalidade infantil, de 43% para 4% em dois séculos; o aumento do PIB global; a redução da extrema pobreza em 25 anos, de 36% para 10% da população mundial.

Ao final do capítulo, há certa ode, pode-se dizer, à Geração Z, “focada no valor das pessoas e nas diferenças que elas podem fazer”. Em levantamentos feitos com esse público em 20 países, Fiore capturou dados encorajadores: mais de ⅔ dos respondentes consideraram importante fazer uma contribuição à sociedade, o que vai muito além dos interesses da própria família; 84% se disseram esperançosos com o futuro por conta dos avanços tecnológicos; 68% disseram estar felizes. “Acredito que eles [a geração Z] serão grandes colaboradores, amigos leais e resolvedores de questões decisivas. Eles nos dão esperança para o futuro da humanidade”, arremata o autor.

Capítulo 3 – Três grandes mudanças: Seis megatrends a formatar nosso mundo  

Fiore inicia o capítulo descrevendo o conceito de “megatrend”, capaz de mobilizar transformações importantes, originadas a partir de, não raro, algo pouco ambicioso. Ele cita o caso do MySpace, “lançado com pouco barulho” em 2003, e que, de alguma forma, desaguou no Facebook um ano depois. O uso de redes sociais, catapultado pelo Facebook, tornou-se uma força transformadora na cultura, na mídia, na política e na tecnologia. O autor passa então a descrever os megatrends

  1. Sistemas autônomos conduzidos por big data

A tecnologia que tornou possível os carros autoguiados é o megatrend que merece maior atenção da humanidade, uma vez que as novas disrupções devem se alimentar dela. Robôs que executam trabalhos domésticos já começam a se difundir – cerca de 400 mil foram vendidos somente em 2019. Agora eles já conseguem capturar movimentos muito sutis de luz e ar ar que os sentidos humanos não conseguem captar. Há que se tomar cuidado com os vieses que os sistemas autônomos já demonstram ter. Vieses raciais e etários, eventualmente capacitistas, “cresceram” em seus algoritmos.

  1. Empoderamento do consumidor

O consumo é uma das molas mestras da economia mundial. Nos Estados Unidos, representa 70% do PIB. Mudanças na experiência de consumo podem, portanto, ter efeito considerável. Fiore cita dado que indica que 84% dos consumidores consideram que o relacionamento com a marca/empresa é tão importante quanto os produtos e serviços oferecidos. O acúmulo de informações sobre práticas de compra, preferências e costumes do consumidor pode antecipar novas ações de consumo. A barra vem sendo levantada pelas gerações Z e Millennial: “Eles esperam [receber] exatamente o que querem, quando querem, e pelo melhor preço possível”, diz Fiore.

  1. A transformação no setor de saúde

Fiore passeia por disrupções em curso na área de saúde, citando o aumento do alcance dos tratamentos, notadamente durante a pandemia. O incremento dos sistemas de armazenamento em nuvem e o uso de aparelhos “vestíveis” de controle de saúde vem levando maior precisão e acurácia aos diagnósticos. Mas, novamente, há questões de privacidade a se resolver. O autor reflete sobre a possibilidade de informações médicas serem utilizadas à revelia ou mesmo sem consentimento para usos comerciais.

  1. A transformação do trabalho

Os últimos vinte anos mostraram uma aceleração das mudanças nas relações de trabalho jamais vista na história. Essas mudanças estão atreladas ao uso de ferramentas digitais. Mas há também as mudanças oriundas das novas dinâmicas da economia, com o advento da “gig economy”, que levou também a situações de grande precarização. Fiore sustenta que os líderes corporativos devem oferecer transparência sobre o que querem e sobre o cenário que preveem para o futuro. No “pacote” deve entrar uma gama flexível de modelos de trabalho, seja em relação ao local, seja em relação à duração das missões dadas aos colaboradores.

As mudanças demandam novo patamar de agilidade por parte das corporações. É a agilidade que nos ajuda, diz Fiore, a navegar em meio ao nevoeiro e articular metas futuras que inspirem cooperação e colaboração. Por isso, muitos líderes acreditam que hoje, ao recrutar seus colaboradores, o quociente de agilidade (QA) e o quociente emocional (QE) passam a valer mais que o velho quociente de inteligência (QI).

Para o autor, o futuro do trabalho se confunde com o futuro da humanidade, e o papel que os líderes irão desempenhar aqui, propiciando habilidades e ferramentas para os colaboradores adaptarem-se às mudanças, é absolutamente crítico.

  1. A insurgência da responsabilidade social corporativa

Movimentos nas décadas recentes estabeleceram a necessidade de as corporações atuarem com mais responsabilidade social. Um grande estudo feito em 2017 apontou que as companhias devem não apenas explicitar o que fazem, mas também no que acreditam. E a responsabilidade social corporativa deve se estender às cadeias de produção, abarcando supply chain e até o uso de água. Fiore declina outra estatística, em que 63% dos estadunidenses acreditam que o combate ao aquecimento global será capitaneado pelos líderes corporativos.

  1. A emergência dos ecossistemas de negócios

Com o exemplo da Amazon, que ampliou e diversificou seus negócios (compra do Whole Food e app Deliveroo; criação de produção cinematográfica própria para o serviço de streaming), o autor descreve uma nova era das corporações, cujos players não apenas se agigantam, como passam a forjar alianças eventualmente com concorrentes. Essa relação de interdependência, em que as corporações não estão “mais sozinhas em suas próprias ilhas” cria um novo e vívido ecossistema.

Capítulo 4 – Construindo nosso futuro melhor: como cada um de nós pode responder aos desafios do amanhã

A crença de que máquinas irão trabalhar por nós, alterando, no limite, o conceito de trabalho, não é endossada pelo autor. Trabalho é importante, sustenta Fiore, de diversas formas, e o objetivo de “ganhar dinheiro” é apenas uma delas. “Trabalho é também sobre comunidade, estruturação familiar, confiança, criatividade, orgulho”. Fiore cita Jim Clifton, ex-CEO do grupo Gallup, que sustenta que o grande desejo das pessoas é ter um bom emprego. “É disso que tudo deriva”, diz.

Fiore diz que, em 2017, a consultoria EY, na qual ele trabalha, começou a recrutar universitários e capacitá-los com competências que serão particularmente críticas no futuro: habilidades de negociação e o método Six Sigma, de incremento de performance no trabalho. A necessidade de se adaptar para a transformação tecnológica não é nova, assim como não é incomum que profissionais veteranos enxerguem a tecnologia como ameaça. Em algumas companhias, a mentoria reversa, em que jovens profissionais oferecem consultoria sobre novas ferramentas para os mais velhos, gera bons frutos.

Fiore aponta que o trabalho do futuro não é apenas extrair e estocar dados, mas também aprender a acessá-los e, sobretudo, a interpretá-los. Por isso, algum entendimento básico dos fundamentos do direito, incluindo questões de cibersegurança e pirataria; de conhecimento básico de IA; de pensamento ágil e orientado para a experiência de consumo (Design Thinking); e certa sensibilidade às questões éticas aplicadas às decisões cotidianas, tudo isso, acredita Fiore, forjará um profissional capacitado a enfrentar os desafios da 5ª revolução. Tudo isso deságua na ideia de que o pensamento crítico é a chave para lidar com o futuro. É muito recomendável, diz Fiore, “pensar sobre o que se pensa para incrementar o pensamento”.

Capítulo 5 – Os desafios de liderar uma organização num mundo em súbita mudança

O advento do home office em 2020 levou a um crescimento da produtividade em 2,6% nos Estados Unidos, bem acima do 1,7% de 2019 e do 1,4% do ano anterior. Mas uma visão incerta dos rumos da própria humanidade naquele primeiro ano da pandemia deixou como legado um panorama de níveis crescentes de ansiedade entre a força de trabalho. Como lidar com isso?

Fiore afirma que transparência e comunicação efetiva podem ajudar as organizações a construir resistência, lealdade e confiança. O autor elenca cinco chaves para se chegar a respostas efetivas: tornar as organizações mais adaptáveis; desenvolver métodos de liderança a fim de criar conexões com as gerações mais jovens; promover aprendizagem contínua; entender e solucionar os problemas do trabalho remoto; instilar equidade, diversidade e inclusão nas organizações.

Na adaptabilidade, a questão já não é mais identificar o que virá, mas o que virá em seguida. Há muitas áreas escuras a ser escrutinadas, e Fiore lança mão de novo da revista Harvard Business Review, agora uma entrevista com Jerry Seinfeld, provavelmente o mais bem sucedido comediante estadunidense dos anos 1990. Seinfeld diz que uma maneira de perscrutar o novo é descobrir do que se está de saco cheio. Esse método que parte de uma premissa negativa pode, para Fiore, vir a transformar experiências ruins em boas. “Frustração pode impulsionar uma maneira nova de encarar um problema”.

Fiore passeia por alguns conceitos conhecidos dos inovadores, como zona de conforto – “muito conforto e a complacência que usualmente o acompanha são inimigos do pensamento inovador” – e oferece princípios que têm ajudado líderes a surfar em tempos de mudança: a busca incessante por novos modelos de pensamento; estudo detalhado do que outros fazem – e que implica eventualmente aquisições e acolhimento de negócios adjacentes; difusão de uma cultura de inovação; busca da diversidade; ambição visionária.

Capítulo 6 – O caminho de volta à humanidade

Os sistemas autônomos começam a desempenhar papéis protagonistas em áreas e artefatos distintos como agricultura, avaliação de empréstimos, automóveis e drones. Em poucos anos, muitos outros campos verão esse protagonismo emergir. Sistemas autônomos tomam decisões em fração de segundos, escala inalcançável para humanos. Com isso, uma questão se impõe: como implantar tais incrementos computacionais sem enfraquecer as características definidoras da humanidade?

Fiore volta a mobilizar seus “guard rails” do início do livro, numa tentativa de mostrar que as tomadas de decisão não podem ser delegadas, sem mais aquela, às máquinas. E os limites das tomadas de decisão também dizem respeito, como não poderia deixar de ser, às instâncias fiscalizatórias e governamentais.

Retornam à cena neste capítulo os vieses cognitivos que alimentam o IA. “Decisões tomadas por sistemas autônomos podem replicar esses vieses”, explica Fiore, como na análise de crédito, não raro arbitrariamente negado a certos grupos demográficos. Mas, ao final, o autor retoma sua visada otimista ao afirmar acreditar que os aspectos positivos envolvidos no uso de sistemas autônomos compensam largamente os negativos.

FICHA TÉCNICA:

Título: Humanity Reimagined: Where We Go from Here

Autor: Martin Fiore

Primeira edição: Rivertowns Books

Resumo: Paulo Vieira

Edição: Monica Miglio Pedrosa

 

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