Sete Insights sobre as novas competências na gestão pós-home office, na visão do CEO Grupo Kronberg, Carlos Aldan
Queda na produção, colaboradores trabalhando em home office, relacionamento por meio de plataformas digitais, e adaptação a novas atividades. A pandemia da Covid-19 modificou completamente o modus operandi do mercado como um todo e este novo cenário trouxe novas responsabilidades para os líderes das organizações.
Para o especialista em Inteligência Emocional, Carlos Aldan, CEO do Grupo Kronberg, muitas competências que antes eram fundamentais para o sucesso de um líder dentro de uma companhia já não fazem mais sentido atualmente, e os profissionais que não se adaptarem à nova realidade perderão seu espaço no mercado em poucos anos.
Nesta entrevista ao Experience Club, Aldan fala dos conceitos da Liderança Adaptativa onde competências como facilidade de adaptação a diferentes cenários, confiança no que faz e cooperação com a equipe serão diferenciais mais importantes que a competência técnica. Esse conhecimento foi adquirido em mais de 20 anos atuando com inteligência emocional dentro das organizações, e com trabalhos realizados para companhias do porte de Siemens, Grupo Brookfield, Honda, Accor Hotels, Agaxtur, Alelo e Delta Airlines.
Confira sete insights abordados pelo CEO do Grupo Kronberg sobre os impactos da pandemia e as novas competências para os líderes das companhias.
- Tensão pandêmica
Medo de ficar doente, de perder um familiar ou amigo, medo de perder o emprego, ou até mesmo de achar que suas habilidades não fazem mais sentido para a empresa como antes. Lidar com esses comportamentos emocionais dos funcionários foi o principal impacto para as lideranças das empresas com a pandemia e essa adaptação em relação à gestão emocional dos profissionais foi o grande desafio para as companhias nos últimos meses. Mas muitos desses transtornos já ocorriam entre os funcionários e a crise apenas evidenciou o que já vinha ocorrendo dentro das companhias. Foi o que apontou levantamento da empresa de pesquisas americanas Gallup que apontou que 70% dos profissionais já conviviam com transtornos emocionais mesmo antes da chegada da Covid-19. “Esses medos trouxeram à tona vários transtornos que na verdade já aconteciam antes da pandemia”, diz Aldan.
- Líder em nova dimensão
As qualidades que são reconhecidas em um bom líder estão deixando de fazer sentido em um mercado cada vez mais volátil e incerto, com novas tecnologias a todo instante, e impactos profundos causados pela pandemia. Grande parte dos processos e mindsets que ainda imperam dentro das companhias já está ultrapassada, e muitas lideranças ficarão pelo caminho dentro das transformações que estão ocorrendo no mercado. Segundo o CEO do Grupo Kronberg, as habilidades que fazem um bom líder hoje estão “em outras dimensões”, que são: o líder transformacional, o líder inspirador, o líder coach, e o líder adaptativo.
- Novos desafios
Há dois desafios fundamentais para os líderes continuarem prosperando em suas atividades dentro do novo cenário do mercado. O primeiro deles é fortalecer a tolerância a incertezas e ambiguidades, que vai ajudá-lo a manter a saúde mental, emocional e física para liderar uma organização. O segundo é ter resiliência emocional para que consiga absorver as demandas e encontrar a melhor solução para a empresa, muitas vezes reconhecendo que não está apto a desempenhar tal atividade e que necessita do apoio da equipe para atingir o melhor resultado. Com essas qualidades do líder, a empresa terá capacidade de se adaptar, inovar e prosperar, e evitará o desengajamento das equipes, problema que, segundo Aldan, atinge cerca de 80% das organizações e que cuja tendência é de alta devido à implementação do home office com a pandemia.
- Acabou o “chefe super-herói”
O mercado onde o conhecimento técnico era a principal competência do líder de uma empresa, e cujo diploma na parede lhe assegurava uma carreira sólida por vários anos, vai deixar de existir. O CEO do Grupo Kronberg avalia que a conhecimento técnico não será mais um diferencial nas organizações, mas sim habilidades como adaptação a diferentes cenários, confiança naquilo que faz, e cooperação com os que atuam ao seu lado. E a principal qualidade para tudo isso funcionar é a inteligência emocional, base essencial para as tomadas de decisão dentro da companhia. “Essas serão as competências fundamentais. Aquele que tinha só conhecimento, vai perder espaço em pouco tempo”, aponta.
- Diferencial humano
A pandemia alertou as empresas sobre a importância de cuidar do lado humano e saudável de seus profissionais. Até o início da crise, a Kronberg, que há mais de 20 anos atua com Inteligência Emocional, Ciência da Positividade e Neurociência do Aprendizado, encontrava dificuldades em convencer muitas companhias de que o grande diferencial está no bem estar de seus colaboradores, pois o lado técnico tem perdido relevância com as tecnologias e dados disponíveis atualmente. Quando um profissional se sente bem e relevante para a companhia, ele é mais produtivo e competitivo, e vai gerar mais ganhos para a companhia. Mas segundo dados da Kronberg, menos de 15% dos líderes das companhias estão preparados para atuar nesse novo cenário.
- Impacto digital
Qual o impacto das ferramentas digitais nos seres humanos e no emocional das pessoas? Segundo Aldan, por sermos seres hiper sociais, nosso cérebro só se desenvolve com a presença de outros cérebros pois precisamos nos engajar emocionalmente. E ir contra essa biologia é prejudicial, tanto que estamos atingindo altos índices de depressão, solidão e suicídios, principalmente entre os jovens. “A tecnologia tem nos trazido custos significativos para nossa biologia”, diz o CEO do Grupo Kronberg. Ele ressalta, entretanto, que apesar dos males a tecnologia pode trazer muitos benefícios também citando como exemplo os avanços da Medicina em relação à longevidade dos seres humanos.
- Produtividade acima da média
Durante dez anos, a Kronberg realizou um levantamento envolvendo 10 mil líderes de diversos países onde foram identificadas as qualidades e competências que fazem um líder, uma equipe ou toda uma organização produzir cerca de 40% acima da média do mercado. Essa pesquisa deu base ao método utilizado pela companhia que leva em consideração as matrizes organizacional e emocional para identificar as falhas e criar uma solução customizada para os clientes. “Dessa forma conseguimos envolver as empresas para que elas se tornem mais produtivas, competitivas, e com maior engajamento entre as pessoas”, aponta Aldam.