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Migração corporativa segue em alta nos EUA – e a Flórida recebe a maioria das empresas

Corporate migration continues to rise in the US - and Florida receives the most companies

Cerca de 9% das companhias de capital aberto do país mudaram de sede no último ano fiscal, maior resultado em 10 anos. Em Miami, até a Ocean Drive começa a receber empresas de tecnologia. / Foto: Franck CHARLES (Unsplash)

 

A América vive a maior fase de migração corporativa em quase uma década: no último ano fiscal (março/22 a março/23), 8,9% das aproximadamente 6.700 empresas de capital aberto nos Estados Unidos mudaram suas sedes no período. O estado que recebeu o maior volume de negócios neste período foi a Flórida, seguido pelo Texas e o Arizona, como mostra estudo da Hire a Helper, com dados da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. Entre as cidades que mais se beneficiaram com este cenário – o maior registrado nos últimos 10 anos – estão Jacksonville, Tampa e Miami. 

A pesquisa evidencia que o movimento migratório pós-pandemia ainda segue como uma tendência corporativa, especialmente como fuga dos grandes centros, já que 62% das empresas se mudaram para uma cidade com população menor. A pesquisa mostra também que a maioria dos respondentes (72%) está disposta a se mudar, caso os custos de realocação sejam cobertos pelas empresas. O Sul da Flórida, com seu clima mais ameno e localização estratégica para negócios com América Latina e Europa,  continua se beneficiando dese cenário. Especialmente com relação a negócios de tecnologia.

Nos últimos meses, companhias de Nova York e San Francisco engrossaram a lista de recém-chegadas a Miami. É o caso Atwave, empresa de e-mail marketing fundada em NY  que atende corporações como Uber e Gillette e que se tornou a primeira do setor de TI a se instalar em Ocean Drive – e não em Brickell ou Wynwood, como é a escolha natural de muitos negócios digitais.  

A CEO e fundadora Amanda Coleman disse que estava procurando uma mudança radical em relação ao ambiente de selva de pedra que vivia em Nova York. “Eu estava decidida por Miami Beach desde o início. Este escritório parece nosso próprio pequeno oásis. Posso literalmente sentar em minha mesa e olhar para o oceano e fazer uma caminhada na praia entre as reuniões”, ” afirmou ao South Florida Business Journal.

Segundo ela, estar perto do mar é um atrativo e tanto para atrair profissionais qualificados, mas a ideia é que a nova sede não seja apenas um deleite para executivos e funcionários. “Não estamos nos mostrando como uma empresa, mas como um estilo de vida. Além disso, é um ótimo lugar para recebermos a visita de clientes”, comenta a CEO, que afirmou ter contratado muitas pessoas que já sofreram burnout em função da qualidade de vida ruim em outras cidades.  

Do Vale do Silício, veio também para a Costa Leste a Anaplan Inc., empresa que vende software de planejamento de negócios em nuvem e que foi comprada no ano passado por $10,4 bilhões pela Thoma Bravo, empresa de private equity e growth capital especializada em negócios de tecnologia. Com mais de 2 mil funcionários distribuídos em várias regiões, a Anaplan já sublocou boa parte de sua sede corporativa em San Francisco e espera inaugurar a nova base, em Miami, no início de 2024. 

“Nosso escritório em Miami complementará nossa presença nos EUA em Nova York, Minneapolis e São Francisco, e servirá como nossa sede. Continuamos comprometidos com å Bay Area e com o atendimento aos nossos muitos clientes localizados nessa região”, afirmou o CEO Charlie Gottdiener em comunicado. Uma das razões da mudança é a proximidade da empresa com o novo proprietário, Orlando Bravo, cofundador da Thoma Bravo, que reside em Miami Beach desde o final de 2020. Em menos de três anos, a empresa aumentou sua presença na cidade, realocando funcionários e assinando um contrato de aluguel de longo prazo em Brickell, informa a Bloomberg.

Além da tecnologia: FIFA monta estrutura em Miami de olho na Copa 2026

Há outro componente favorável ao Sul da Flórida: o crescimento do mercado de esportes. Como mostramos recentemente, 2023 tem sido uma época de ouro, com a consolidação de eventos de alcance global (F1, Miami Open) e a chegada do maior jogador de futebol da atualidade, Lionel Messi, ao Inter Miami F.C. 

E daqui a três anos, os EUA (junto com o Canadá e o México) vão sediar a Copa do Mundo 2026, o que já traz negócios para o Sunshine State. Nos últimos dias, a FIFA, entidade máxima do futebol mundial, abriu oficialmente um novo escritório em Miami, cidade que será uma das sedes do próximo Mundial – o espaço de 60.000 pés quadrados está localizado no subúrbio de Coral Gables, afirma a World Soccer Talk.

Destino de férias de alguns dos principais jogadores de futebol do mundo, Miami recebeu neste último verão nomes como os brasileiros Neymar, Vini Jr. e o artilheiro da Copa do Catar, o francês Kylian Mbappé. Ao que parece, a onda migratória rumo ao Sul da Florida não deve encerrar tão cedo – e vai muito além das empresas de tecnologia.

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